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BR vai explorar novos negócios

Dentro do plano da Petrobras de valorizar seus ativos, vender participações acionárias a investidores, atrair sócios e reduzir a dívida, a BR Distribuidora será transformada numa holding. Abaixo da holding, serão criadas várias empresas para explorar negócios como lojas de conveniência, farmácias e programas de fidelidade.

O modelo em discussão é inspirado na BB Seguridade, companhia do Banco do Brasil que nasceu da consolidação de vários segmentos onde o BB já atuava e cujo IPO(sigla em inglês para oferta pública inicial), realizado em maio de 2013, foi o mais bem-sucedido de uma empresa brasileira. A lógica por trás da reorganização da BR é identificar ativos com “valor oculto” na atual estrutura. A exemplo do que vem fazendo a rede Ipiranga, do grupo Ultrapar, o plano é criar unidades de negócios que, hoje, ou não são explorados pela rede de distribuição da estatal ou são mal explorados. A princípio, a diretoria da Petrobras enxerga nos segmentos de lojas de conveniência, programas de fidelidade, farmácias e cartão de crédito possíveis negócios a serem desenvolvidos na BR. No modelo em estudo, cada um desses segmentos será gerido por uma empresa ligada à holding BR. Para que possam funcionar com eficiência e sem as amarras do serviço público, essas empresas terão o capital controlado por sócios privados. A BR não terá a maioria das ações ordinárias (ON), com direito a voto, mas possuirá, por meio de ações preferenciais, a maior fatia do capital total. Um acordo de acionistas vai assegurar, em última instância, o controle pela BR. A diretoria da Petrobras acredita que, com esse modelo, conseguirá atrair sócios. O modelo será concorrencial. Para explorar os novos negócios da BR Distribuidora, os futuros sócios terão que apresentar a proposta de maior valor à estatal. A diretoria da Petrobras acredita que o interesse será grande, uma vez que a BR possui cerca de 7.500 postos, a maior rede do país. Não está decidido ainda se os novos negócios que agregarão valor à empresa serão feitos antes ou depois do IPO. A BR pode fazer um IPO, oferecendo parcela pequena de seu capital — de 10% a 15% do total — antes da criação das novas unidades de negócio. À medida que os novos segmentos forem criados e o mercado reconheça o seu valor, a BR faria novas ofertas públicas de ações até o limite de 49% do capital votante. Outra possibilidade é fazer o IPO apenas depois de concluída a criação das novas empresas da holding, como foi feito na BB Seguridade, que, embora seja uma empresa controlada pelo BB, tem valor de mercado hoje superior ao do banco. “Achamos que dá para fazer o IPO em outubro ou novembro”, disse uma fonte. “Vamos ser ousados.”

Valor Econômico