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Confiança do consumidor é a menor desde abril de 2009
A insatisfação do brasileiro em relação ao mercado de trabalho derrubou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que mostrou recuo de 4,3% em agosto sobre julho, conforme informou ontem o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). É o nível mais baixo para o ICC desde abril de 2009. Na prática, a análise desfavorável sobre o ritmo atual de abertura de vagas influenciou negativamente a avaliação do brasileiro sobre a economia como um todo, segundo a coordenadora da pesquisa, Viviane Seda. Segundo a FGV, o principal impacto no ICC no mês foi a avaliação dos consumidores sobre a situação econômica geral, que contribuiu em cerca de 60% para o resultado negativo do índice. O indicador que mede a satisfação dos consumidores com a economia no momento atual recuou 13,6% em relação a julho e chegou ao pior resultado desde abril de 2009. A proporção de consumidores que avaliam a situação como boa diminuiu de 16,7% para 12,5%, enquanto a dos que a julgam ruim aumentou de 41% para 47,1%. Viviane Seda não descartou novas quedas próximas no ICC. Isso porque o ambiente atual, de pessimismo em relação ao emprego, é considerado pela especialista de difícil reversão no curto prazo. A coordenadora destaca que a variação do ICC era positiva há dois meses consecutivos, até agosto, ainda beneficiada pelo efeito positivo originado da Copa do Mundo. O ICC é pesquisado nas mesmas capitais que receberam jogos da Copa, lembrou ela - o que ajudou aquecer abertura de empregos e a atividade de serviços, nessas localidades. Em agosto, no entanto, o impacto favorável da Copa não mais existe. Ao mesmo tempo, a proximidade das eleições, com primeiro turno em 5 de outubro, confere um grau a mais de incerteza para o consumidor, em relação ao futuro. Para ela, deve prosseguir nos meses de setembro e outubro o cenário delineado pelo ICC em agosto: de pessimismo entre os consumidores, com forte impacto das avaliações desfavoráveis sobre mercado de trabalho. Isso porque, na avaliação dela, quanto mais próximo ao pleito eleitoral, maior é o patamar de incerteza em relação aos rumos futuros da economia, visto não se saber quem vencerá a corrida presidencial - e qual será o impacto do resultado no mercado de trabalho. "Creio que essa avaliação [negativa] deve se intensificar no curto prazo", disse. "Esse cenário atual é de difícil reversão", completou. A Sondagem de Expectativas do Consumidor é feita com base em amostra com cerca de 2.000 domicílios em sete das principais capitais brasileiras. A coleta de dados para a esta edição foi realizada entre os dias 01 e 20 de agosto.
Valor Econômico