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Consumo de gasolina e óleo diesel cai após 5 anos de aumento nas vendas
A economia brasileira deu mais um sinal de que anda mais devagar. O consumo de gasolina e óleo diesel caiu, depois de cinco anos seguidos de aumento nas vendas.
O litro da gasolina a R$ 3,60 caiu como uma bomba no orçamento do André. Ele chegou a gastar R$ 1 mil por mês porque usa o carro para trabalhar. Agora trocou pelo gás, o GNV, e viu a conta baixar para R$ 400. Já conseguiu recuperar até o investimento no equipamento para mudar o combustível.
“Se não pensar em alternativas, o orçamento não fecha no fim do mês”, afirma André.
O preço alto está fazendo muita gente pensar duas vezes antes de usar o carro ou nem usar. O consumo da gasolina caiu pela primeira vez desde 2009. Comparando janeiro e fevereiro com o mesmo período do ano passado, a queda foi de 0,7%.
“Estou tentando andar menos. Quanto menos andar menos gasta. Senão, o bicho pega”, diz um motorista.
O consumo do diesel também caiu. E em um país onde quase todas as mercadorias chegam aos consumidores pela estrada, ver caminhões parados nas transportadoras é sinal de preocupação para toda a economia.
Em uma empresa, no Rio, metade da frota não sai da garagem desde o mês passado. Não tem trabalho pra todos os caminhões, nem para todos os funcionários.
“As empresas estão meio que estagnadas, paradas. Mas a gente tem os encargos, tem os impostos, e os custos não param. A gente não sabe onde isso vai parar”, afirma Douglas Lira, gerente da transportadora.
O consumo de diesel também vinha crescendo há cinco anos. Em janeiro e fevereiro, a queda foi de quase 5% na comparação com o mesmo período de 2014.
“É mais um sinal de que não está havendo uma atividade econômica, principalmente industrial, que justifique o consumo de diesel para transportar produtos. Você vende menos sapato, a indústria vai ter que entregar menos sapato. Quem entrega o sapato é o caminhão. Você tem naturalmente, uma queda no consumo de diesel”, explica um David Zylbersztajn, consultor em energia/petróleo.
Os números e os preços mostram que não está fácil para ninguém.
“Encher o tanque agora, está igual ao Natal. Uma vez no ano”, brinca uma motorista.
Globo.com (Jornal Nacional)