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Economia lado a lado com a política

No final de 2017, a economia brasileira começou a dar alguns sinais de recuperação, mas o desempenho em 2018 ainda está diretamente ligado ao cenário eleitoral. Para os analistas econômicos, a turbulência política tem forte interferência na economia.

Agora, com os atuais desdobramentos políticos e a prisão de Lula, que surgia nas pesquisas de intenção de voto como um candidato relevante, a Tendências Consultoria fez alguns ajustes nas previsões. “A incerteza quanto às eleições está maior, e revisamos os cenários traçados. Hoje, consideramos que há 30% de probabilidade de termos um cenário mais pessimista”, afirmou a economista Alessandra Ribeiro, especialista em macroeconomia e política da Tendências. Segundo ela, com a saída de Lula do processo eleitoral, Bolsonaro sai fortalecido, e os possíveis candidatos de centro estão fragmentados. “Isso traz grandes impactos para a economia, uma vez que o mercado vê com reservas esta instabilidade. Para fazerem investimentos, as empresas necessitam de previsibilidade, o que não existe no atual momento”, explicou.

Mesmo assim, a Tendências mantém a projeção de crescimento do PIB para 2018 em 2,8%, e 3,2% em 2019. A inflação foi revisada para baixo, em 3,7%.

Interferência nos combustíveis

Para o especialista em energia Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraesturutura (CBIE), apesar de todas as instabilidades, o setor de combustíveis não é afetado diretamente pelo cenário político. “Os preços dos combustíveis na refinaria são reajustados por meio das diretrizes da nova política de preços da Petrobras, que tem como base a prática de preços nunca abaixo dos preços de paridade internacional e a prática de uma margem que remunere os riscos inerentes à operação, como a volatilidade da taxa de câmbio e das cotações internacionais do petróleo e derivados”, explicou. Assim, em sua avaliação, o único aspecto que pode comprometer a formação dos preços é a variação das taxas de câmbio. “Isso realmente pode influenciar os reajustes de preços dos combustíveis, mas essas variações não serão as responsáveis por um novo patamar de preços”, afirmou.

Na avaliação de Alessandra, o principal efeito da política no setor de combustíveis vem da instabilidade do câmbio, que deve permanecer pelo menos até as eleições. Nas projeções da Tendências, o preço da gasolina deverá fechar o ano com alta acumulada de 4,5%, o diesel de 8% e o etanol com alta de 8,5%. Apesar das projeções de melhor desempenho para o setor automotivo (crescimento de veículos leves será de 15,3% e pesados 28%), a alta de preços dos combustíveis deverá limitar a demanda, e o consumo de combustíveis ainda terá desempenho negativo de 2% no acumulado de 2018.

Por Rose Guidoni

Assessoria de Comunicação da Fecombustíveis