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III Encontro: Giannetti teme "argentinação"
Palestra sobre perspectivas da economia brasileira marca abertura do III Encontro de Revendedores de combustíveis
Qual a atual situação da economia brasileira? Como chegamos a esse patamar? Quais as perceptivas? A partir destes três questionamentos, o PhD em Economia pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, Eduardo Giannetti ministrou a palestra “Perspectivas da Economia Brasileira: os desafios para 2015” e que abriu nesta quinta-feira (16), o III Encontro de Revendedores de Combustíveis Centro-Oeste.
Inicialmente, Giannetti ressaltou que o segmento de combustíveis está intimamente ligado ao setor econômico brasileiro, de forma que, consequentemente, é afetado ou beneficiado pelas mudanças da economia do país.
“O que eventualmente pode atrapalhar o segmento de vocês, não é o preço do diesel ou da gasolina, mas sim, o fato de a economia não crescer ou ainda, de não ter as regras do jogo para poder olhar e fazer apostas”, exemplificou o economista.
Delineando o atual momento econômico brasileiro, Giannetti alegou que, em seu entendimento, a expressão que melhor denota esse quadro é a ‘reversão de expectativas’. Ele explicou que o Brasil, entre os anos de 2003 e 2010, vinha despontando, com um crescimento de mais de 4% ao ano e ainda, acompanhado de um movimento de inclusão social. “O crescimento econômico era inclusive, a inflação passava realmente bem e o melhor foi que o Brasil passou bem pela crise econômica mundial”, lembrou ele.
No entanto, ele pontuou que, quando tudo parecia caminhar bem e que faziam do Brasil uma “estrela” dos países emergentes, acabou não tendo sequência. “Entramos em uma série de frustrações e hoje temos a combinação de três fatores graves que são o baixo crescimento econômico, a inflação sempre na vizinhança do teto definido pelo sistema de metas (4,5% ao ano) e o déficit em conta corrente”, afirmou ele.
Para Giannetti três fatores foram preponderantes para que o Brasil chegasse a esse cenário e que responde a segunda perguntada abordada por ele no início da palestra (onde estamos?). Os aspectos são: piora do ambiente externo, o fator estrutural interno e a política econômica ‘adotada’ segundo mandado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Hoje, pertencemos o pelotão dos países frágeis e falo isso, sem qualquer partidarismo, temos que evitar as paixões partidárias. Falo, pois são fatos e não interpretações”, avaliou.
Por fim, ele aponta três eventuais cenários para a economia brasileira em 2015, dois deles levando em consideração a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e um terceiro, em caso de uma vitória de Aécio Neves (PSDB).
O primeiro cenário é o que ele classifica como ‘Curva de Aprendizagem’ e que seria uma previsão positiva. “A presidente Dilma reconhece, ainda que envergonhadamente e sorrateiramente, que errou, que teve equívocos e passa a dirigir a política econômica em direção a uma nova rota”.
O segundo cenário é aquele que ele chama de ‘Aposta Redobrada’. “A presidente é reeleita e pensa: Fui reeleita, quer dizer que está tudo certo o que fizemos. Aí então, apertem os cintos, pois podemos entrar em apuros. Podemos passar por uma ‘Argentinação’ e a coisa vai ficar muito bagunçada”, alertou ele ao lembrar da crise enfrentada pela Argentina.
Num terceiro e último cenário apontado por ele, com uma vitória da aposição, Giannetti acredita que “não vão reinventar a roda. O candidato da oposição, por exemplo, já apresentou um programa bem mais claro e definido, afirmou que em caso de vitória irá nomear Armínio Fraga como Ministro da Fazenda e isso cria um cenário de maior previsibilidade em relação ao que seria a política econômica na vitória da oposição”. Ainda neste cenário, o economista disse acreditar que, pelo perfil, dos nomes colocados, tudo leva a crer que prevaleceriam as políticas econômicas implantadas no segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ao final da palestra, o público ainda interagiu com o especialista, fazendo algumas perguntas e também, comentando os cenários apontados por ele.
As inscrições neste dia 17 podem ser feitas gratuitamente no Cenarium Rural, onde o evento está sendo realizado. Mais informações no telefone (65) 3621-6623.
-- Simone Alves Ass. de Comunicação Sindipetróleo 65 9648-8069/ 9916-5005/ 3621-6623 jornalismo@sindipetroleo.com.br www.sindipetroleo.com.br