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Maio reforça tombo nas vendas de veículos

Se existia qualquer dúvida sobre a chegada de uma crise de vendas de veículos no mercado brasileiro, agora não restam mais questionamentos. O mês de maio, tradicionalmente aquecido para o setor automotivo, aprofundou a retração, que já chega a 20,9% no acumulado do ano na comparação com igual intervalo de 2014. Com isso, foram emplacados 1,1 milhão de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus nos cinco primeiros meses de 2015.

Os dados do Renavam divulgados pela Fenabrave, entidade dos distribuidores de veículos, mostram que em maio foram negociados 212,7 mil unidades no mercado local, com expressiva queda de 27,5% na comparação anual e contração de 3% sobre o já fraco resultado de abril. Naquele mês, que teve 20 dias úteis de vendas, a média diária de emplacamentos ficou em 10,9 mil unidades/dia. Maio teve os mesmos 20 dias de vendas, porém com performance pior: foram de 10,6 mil veículos/dia.

Com o resultado, a contração do mercado começa a superar a projeção traçada pela Fenabrave de que as vendas vão encolher 18,9% em 2015. Para chegar a este resultado, o patamar de emplacamentos precisará subir nos próximos meses para a média de 247,7 mil veículos/mês até dezembro. O volume não é inatingível se considerado o histórico recente do mercado nacional, mas parece distante diante do cenário de queda deste ano, quando este nível só foi superado em janeiro.

SEGMENTOS

O segmento que acumulou a maior baixa foi mais uma vez o de caminhões. A redução da demanda por transporte de carga fez as vendas de modelos da categoria diminuírem 42,2% nos cinco meses do acumulado na comparação com o mesmo período de 2014, para 31,1 mil veículos. O volume mensal de 6 mil unidades é 52,8% menor do que o de maio do ano passado. Ainda assim, o volume mostra leve recuperação de 3,7% na comparação com o resultado de abril.

As vendas de ônibus também tiveram queda importante de janeiro a maio, de 24,7%, e chegaram a 10 mil chassis. Com 1,7 mil unidades negociadas no mês passado, houve retração de 36,2% sobre igual intervalo de 2014 e de 11,8% sobre abril.

Já a demanda por veículos leves caiu 20% e ficou em 1,06 milhão de unidades no ano, com 900,7 mil automóveis e 164,5 mil comerciais leves. Considerando apenas a performance de maio, quando foram emplacados 204,9 mil carros, o mercado brasileiro encolheu 26,2% na comparação anual e 3,1% na mensal.

RANKING

O aperto das vendas provocou alguns movimentos importantes no ranking das maiores marcas do Brasil. Em maio a Jeep aparece como a 11ª entre as mais negociadas, com 2,7 mil veículos e à frente da Citroën e da Peugeot. O resultado reflete o fôlego que a marca ganhou com o lançamento do Renegade. As primeiras posições no mês foram ocupadas por Fiat, GM, Volkswagen e Ford, nesta ordem. Nenhuma das quatro grandes fabricantes de veículos do país conquistou, no entanto, mais do que 18% de market share, o que sinaliza a crescente pulverização dos negócios entre as marcas.

No acumulado do ano este movimento se repete. Fica claro o fortalecimento da posição da Hyundai como quinta maior marca do Brasil, com 7,7% de participação. A Renault, apesar de estar atrás da concorrente de origem coreana, também mostra presença importante nas vendas, de 6,9%. A Honda ganha peso no mercado brasileiro ao responder 5,6% do total de emplacamentos de janeiro a maio. O número é impressionante para uma marca que não tem nenhum carro popular e teve a performance puxada por um utilitário esportivo, o HR-V, lançado em abril.

O automóvel mais vendido de 2015 é, até maio, o Fiat Palio, mantendo a posição conquistada no ano passado. Atrás dele estão Chevrolet Onix, Hyundai HB20, Ford Ka e Fiat Uno. O Volkswagen Gol, que por mais de duas décadas carregou o título de líder, despencou para a quinta colocação do ranking nos cinco primeiros meses do ano.

Automotive Business