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Recuo nos combustíveis já tem efeito nos índices de inflação
O recuo nos preços de combustíveis dá alívio aos índices de inflação, e as expectativas de preços ficam mais favoráveis para este ano.
Divulgado nesta terça-feira (17/5), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da região metropolitana de São Paulo avançou 0,56% no período de quatro semanas encerrado no dia 15 de maio.
O dado foi inferior ao registrado na semana anterior, quando o índice havia mostrado avanço de 0,64%.
Elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o indicador mede a variação de preços considerando o consumo de famílias com renda entre um e 20 salários mínimos.
Na leitura desta semana, a desaceleração do grupo Transportes foi responsável pelo arrefecimento do índice. O grupo avançou 0,87%, ante 1,14% na semana anterior.
Nas leituras anteriores, os Transportes haviam pressioando a inflação. O grupo chegou a avançar 1,50% na terceira semana de abril.
"É a segunda vez que os transportes pressionam a inflação neste ano", lembra André Perfeito, economista da Gradual Corretora.
"Houve o ajuste sazonal nas tarifas de ônibus, no início do ano, e depois a alta nos combustíveis", diz.
A variação menor no grupo indica que os preços de combustíveis começam a arrefecer. Nas usinas, o preço do etanol começa a dar sinais de queda, com o avanço da safra de cana-de-açúcar.
Além disso, os esforços do governo podem ter acelerado o ajuste. "Acredito que a Br Distribuidora esteja contribuindo fortemente para esses preços", aponta Perfeito.
Na semana passada, a Petrobras Distribuidora (BR) assinou portaria estabelecendo a redução média de 6% no preço da gasolina e em 13% o do etanol hidratado vendidos nos postos de combustíveis do país.
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveisa (ANP), a média dos preços da gasolina nos postos do país atingiu R$ 2,898, uma queda de 0,55% ante a semana anterior. Por sua vez, os preços do etanol caíram 3,5%, para R$ 2,224.
Além da queda nos índices, as expectativas de inflação dão sinais de maior calma dentre os analistas.
Divulgado na segunda-feira (16/5) pelo Banco Central (BC), o Boletim Focus mostra que as expectativas para a inflação recuaram ligeiramente. Os economistas consultados esperam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação, feche o ano em 6,31%. Na semana passada, as projeções apontavam para 6,33%.
Por outro lado, a média das projeções dos cinco economistas com maior índice de acerto teve elevação, de 6,36% na semana passada para 6,39% nesta semana.
"As expectativas estão melhores, mas essa melhora vem de um patamar muito alto", ressalta Perfeito.
Segundo o economista, a melhora nos preços de combustíveis deve trazer uma inflação mais comportada.
"É maior a possibilidade de que se confirme um cenário mais favorável de inflação neste ano", diz o economista.
Brasil Econômico