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Serviços com novas tecnologias e controles financeiros e operacionais mais eficientes
Para gerenciar um empreendimento, em especial postos de combustíveis e lojas de conveniência, é necessário monitorar e mensurar alguns fatores fundamentais para o bom andamento da gestão, como a frequência de clientes, a quantidade de litros abastecidos e as lavagens realizadas, por exemplo. É para ajudar nesse controle que os sistemas de automação se encaixam no funcionamento do dia a dia dos pontos de venda. As novas tecnologias e equipamentos que dão suporte a esses sistemas foram apresentadas na ExpoPostos & Conveniência, no São Paulo Expo, realizada entre os dias 15 e 18 de agosto.
A Companytec é marca registrada no evento e nessa edição trouxe novas soluções tecnológicas, como o WORKFEED, um sistema inteligente para gerenciar a produção, e a ICC (Interface Caminhão Comboio), para gerenciamento de operações como o controle de acesso às bombas em caminhões comboio e identificação do operador e veículos. O objetivo é tornar esses processos mais eficazes. “Hoje, não há como gerenciar postos sem automação. Se tornou algo imprescindível.”, afirma o CEO Luiz Carlos P. Silva.
O Gerente de Marketing da Leone Equipamentos, Rafael Galea, complementa: “Os sistemas de automação ajudam no controle do fluxo de caixa, estoque e, também, na elaboração dos relatórios finais.” A empresa apresenta desde ficheiros de automação e controle que auxilia em diversos processos, como lavagem, calibragem e limpeza, até um sistema de automação para controle de medição de combustível, que pode ser controlado por aplicativos de celular.
A Quality Automação é outra empresa que apostou nos aplicativos e no sistema de hospedagem de dados na nuvem, proporcionando backup automático e acesso através de aparelhos mobile. “Nosso sistema permite que o gestor acesse informações do cadastro de clientes, fornecedores, produtos, tabelas de preços, vendas e estoque de toda sua rede de postos através do aplicativo.”, explicam o coordenador Comercial Damon Gomes e o diretor de Planejamento Anderson Henrique do Nascimento.
Atenção redobrada no cliente e readequação nos preços são a chave para os negócios nas lojas de conveniência
Mais do que simplesmente adquirir equipamentos digitais para aprimorar o negócio, os empresários precisam saber usar a tecnologia para fazer com que sua marca consiga melhorar a relação com os clientes. O consultor Alberto Serrentino chama isso de “transformação digital”. Ele foi o palestrante do painel “Tecnologia no Varejo” no último dia do Fórum Internacional de Postos de Serviços, Equipamentos, Lojas de Conveniência e Food Service, que acontece junto à ExpoPostos& Conveniência, no São Paulo Expo.
Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail, afirmou que hoje a formação de uma cultura digital é de suma importância para o sucesso no ponto de venda. Isso inclui engajamento, compromisso com o modelo de gestão, uso de dados e mobilidade para tomada de decisão, não ter medo de errar e, sobretudo, ter agilidade para corrigir as imperfeições que são próprias de ambientes que se pretendem inovadores. “Por fim, o ponto principal é manter a obsessão pelo consumidor, reduzindo os atritos”, destacou. A redução de atritos, explica o consultor, é eliminar as barreiras que se interpõem entre a loja e o cliente, que podem estar na dificuldades de localização do estabelecimento ou dos produtos, na morosidade do atendimento ou no sistema de pagamento, na falta de facilidades etc.
Mais tarde, no “Painel da Indústria: Tendências de importantes categorias do varejo de conveniência”, os representantes da Souza Cruz, Unilever/Kibon e Monsters/Coca-Cola falaram sobre a presença dos seus produtos nas lojas de conveniência da principais bandeiras. Com a crise econômica dos últimos anos e com a mudança do perfil do consumidor, os clientes estão preferindo adquirir produtos, no caso, cigarros, sorvetes e energéticos, com preços menores, obrigando as marcas a remodelarem seus portfólios para não perderem mercado.
Movimento Combustível Legal tratou de fraudes e sonegação de impostos no setor
Os avanços para coibir as práticas criminosas e sonegação no setor de combustível foi tema do painel “Movimento Combustível Legal” do Fórum, na ExpoPostos & Conveniência. A plenária foi mediada por Helvio Rebeschini, diretor de Planejamento Estratégico do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), que abriu a discussão apresentando o Movimento, lançado em novembro do ano passado, com exposição dos dados do setor no país, o quinto mercado de combustíveis no mundo e que arrecada R$ 110 bilhões ao ano em tributos. “Nosso setor é muito vulnerável, a relação tributo/margem é muito desigual. O tributo chega a 2,5 vezes da margem total”, disse. “No estado de São Paulo, 43% do valor do litro da gasolina é tributo.”
Segundo Rebeschini, o movimento quer, entre outras coisas, estabelecer jurisprudência diferenciando o devedor contumaz do eventual devedor, revisão dos processos de importação, principalmente no que tange aos solventes e ao metanol e criar uma força-tarefa permanente para coibir fraudes.
Ciro Expedito Scheraiber, promotor de Justiça do estado do Paraná – segundo maior estado em número de distribuidoras no país –, versou sobre os direitos do consumidor e sobre como funciona a fiscalização de postos no Paraná. “A maior fiscalização se dá em postos não bandeirados”, relatou. “O objetivo do nosso trabalho é que o consumidor tenha sua dignidade respeitada”, disse o promotor do estado, que sofre com problemas como bomba baixa, gasolina adulterada e tanques clandestinos.
Secretário da Justiça de São Paulo defende a fiscalização nos postos nos finais de semana
O secretário da Justiça de São Paulo, Marcio Elias Rosa, lembrou que na própria Constituição brasileira há a percepção de que o consumidor é vulnerável e precisa de proteção estatal. “Eu recomendo que se faça fiscalização nos postos também nos finais de semana, quando não se espera que apareça um agente”, disse. “São Paulo divulga na imprensa as operações que vão fazer, principalmente para ajudar o consumidor, a fim de que ele saiba que está havendo essa movimentação e para que fique atento aos postos fechados, pois posto fechado em dia de fiscalização é mau sinal.” De acordo com o secretário, em 11,25% dos postos fiscalizados nos últimos meses havia algum problema.
O procurador do estado do Rio de Janeiro Gustavo Amaral tratou de outro problema no setor: a sonegação. “O que acontece muito é a empresa declarar não pagar e ainda fazer uso de estratagemas para continuar não pagando, com ações na Justiça”, explicou. “O estado não pode fechar uma empresa por não pagar imposto, mas a empresa não pode ter a desfaçatez tributária com intuito de não pagar”, completou.
Já o coordenador-adjunto da Secretaria da Fazenda de São Paulo, Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho, adiantou que o estado vai fechar o cerco ao devedor contumaz. “Estamos criando uma regulamentação para definir o que é devedor contumaz, um pleito tanto do setor quanto do estado”, revelou. “Com a definição, virão as ações que o Fisco pode tomar.” De acordo com Carvalho, o Judiciário ainda vai apreciar a proposta.
Estratégias para atender bem o consumidor
“Varejo é gente que atende gente”, disse Fernando Lucena, consultor da GS & Friedman, na abertura da sua palestra sobre o mesmo tema. “Muitas pessoas estão na área de vendas não por uma escolha, mas por falta de opção. É preciso ter paixão por servir, pela marca, pelo produto”, afirmou.
Segundo ele, a tecnologia não tirou empregos, mas facilitou processos como as relações de consumo, mas não substituiu pessoas. “Tecnologia demais estressa”, disse. Para Lucena, todo o investimento e recursos investidos em um negócio podem ir por água abaixo se o atendimento não tiver qualidade. “49% dos clientes que abandonam um ponto de venda o fazem por causa de um atendimento sem qualidade. Ninguém deixa de consumir, vai consumir em outro lugar”, relata.
Lucena afirmou ainda que é preciso ser diferente para se destacar no mercado de varejo, pois o consumidor mudou sua relação com o consumo: a oferta e a concorrência são amplas, o que diferencia uma loja da outra é o atendimento. Ainda segundo ele, o melhor funcionário é aquele que recebe uma responsabilidade, define bem o processo e busca o resultado. O consumidor mal atendido não volta ao estabelecimento e ainda reclama dele nas redes sociais. “Excelência em execução não é mais uma opção.”
O consultor deixou ainda um conselho aos presentes do Fórum: “Busque gente que gosta de gente e gente que gosta de dinheiro. O resto dá para ensinar!”.
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