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Tarifa dos EUA acende alerta no setor de combustíveis em Mato Grosso

Presidente da entidade em Mato Grosso pede condução diplomática após anúncio de tarifa de 50% dos EUA

MARICELLE LIMA

Assessoria

O anúncio feito pelo governo dos Estados Unidos sobre a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, incluindo petróleo e derivados, gerou preocupação no setor de combustíveis brasileiro. Em Mato Grosso, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetróleo-MT), Claudyson Martins Alves, afirmou que o setor acompanha o cenário com atenção.

“Recebemos o anúncio com preocupação, mas também com confiança de que as autoridades brasileiras saberão conduzir as negociações diplomáticas para evitar efeitos indesejados sobre o mercado e sobre o consumidor. Nosso setor seguirá atento e colaborando no que for necessário para garantir que o abastecimento e os preços se mantenham estáveis”, declarou.

Claudyson também reforçou que os postos de combustíveis têm pouca ingerência sobre o preço final ao consumidor, já que os valores são definidos a partir de uma cadeia de comercialização complexa, que envolve custos de produção, distribuição, logística, carga tributária, margens operacionais e, assim, recebe a influência do mercado internacional.

A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, está prevista para entrar em vigor a partir de 1º de agosto de 2025, mas ainda pode ser revista por meio da diplomacia. Segundo dados do comércio exterior, os Estados Unidos representam entre 10% e 12% das exportações brasileiras de petróleo. Se a tarifa for efetivada, as operações podem se tornar economicamente inviáveis, forçando o redirecionamento da produção brasileira para mercados como a Ásia e a União Europeia.

No campo das importações, o impacto pode ser ainda maior. O diesel norte-americano responde por cerca de 23% de todo o volume importado pelo Brasil. Caso o governo brasileiro opte por retaliar com base na recém-aprovada Lei de Reciprocidade Econômica, os EUA podem perder parte desse mercado, que já tem sido ocupado por fornecedores como a Rússia, responsável por cerca de 60% do diesel importado atualmente, segundo a ANP.

Apesar do tom alarmante, analistas e representantes do setor ainda veem o momento como uma fase de observação e articulação política. Em situações anteriores, como no caso das tensões diplomáticas entre EUA e Colômbia, medidas semelhantes acabaram revertidas por meio da negociação internacional.

“É essencial preservar o equilíbrio do mercado e garantir previsibilidade ao consumidor. A diplomacia precisa agir com rapidez e responsabilidade”, concluiu Claudyson Alves.