A Gazeta - Risco ao abastecimento de GLP

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A greve nas refinarias traz de volta a ameaça de desabastecimento de Gás de Cozinha (GLP) em Mato Grosso. Na 1ª crise, que atingiu 5 estados na semana passada, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocumbustíveis (ANP) informou que o racionamento ocorreu em razão do aumento na demanda, motivada por um período de inverno mais prolongado, e uma parada técnica programada de uma refinaria em São José dos Campos. Agora, o problema é a paralisação por tempo indeterminado dos trabalhadores, que reivindicam 5,23% de correção salarial mais 10% de aumento real. 
 
Os sindicalistas criticam também o leilão do Campo de Libra realizado segunda-feira (21) pelo governo federal. Para o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), a presidente Dilma Rousseff “entregou de bandeja” o petróleo do Brasil. Como o leilão ocorreu, apesar dos protestos, o movimento da categoria deve endurecer. Se não houver mudança nesse quadro, o sinal “amarelo” de alerta nas distribuidoras de GLP em Mato Grosso deve ser acesso amanhã (23), afirma o assessor jurídico do Sindicato dos Revendedores de Gás LP de Mato Grosso (Siregás/MT), Eduardo Souza, que se reuniu com representantes das companhias nesta terça-feira (22). 
 
“Os caminhões subiram vazios no fim de semana e provavelmente não voltaram carregados”, alerta Souza, ressaltando ainda que, havendo racionamento, as companhias devem priorizar demandas maiores como hospitais, órgãos públicos e escolas.  Nesse cenário, segundo o assessor, os consumidores mato-grossenses começarão a sentir a falta do gás de cozinha entre segunda e terça-feira, principalmente nas pequenas revendas. Já o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetroleo/MT) está acompanhando os reflexos da greve junto às distribuidoras, que, por enquanto, dizem que não provocará desabastecimento. 
 
PETROBRAS - Sobre a greve, por meio de nota, a companhia informou que a “Petrobras tem como prática nesse tipo de mobilização tomar todas as medidas necessárias para garantir suas operações, de modo a não haver qualquer prejuízo às atividades da empresa e ao abastecimento do mercado, sendo mantidas as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações da companhia”. Em relação ao risco de desabastecimento, a estatal diz que o suprimento de GLP às distribuidoras está normalizado em todo o país.
 
Cidades do MT têm altos preços
 
Três municípios mato-grossenses estão na lista das 5 cidades brasileiras com o gás de cozinha mais caro do país. Conforme levantamento da ANP, na semana de 29 de setembro a 5 de outubro, o botijão de 13 kg custava em média R$ 57,28 em Sorriso, dando a ela a segunda colocação nacional, atrás apenas do município de Oiapoque, no Amapá (R$ 62). Alta Floresta (R$ 54,41) e Sinop (R$ 53,21) ocupam a 4ª e a 5ª colocações, respectivamente.
 
Com a notícia de um novo risco de racionamento, o assessor jurídico do Siregás/MT Eduardo Souza alerta para a possibilidade da elevação do preço em Mato Grosso, que é o mais elevado do país. Na 1ª semana deste mês, o botijão foi vendido por R$ 51,66 no Estado. Souza explica que as distribuidoras não têm tratado dessa questão, mas inevitavelmente o preço dependerá da demanda.
 
Durante a 1ª crise, divulgada na semana passada pelo setor, a ANP chegou a emitir uma nota orientando os consumidores desconfiarem da cobrança de preços acrescidos e "evitar especuladores que se aproveitaram da diminuição da oferta". A Gazeta - MT 23/10/2013