Alimentação dá trégua ao bolso do consumidor

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Os consumidores podem respirar mais aliviados com sinais de recuo da inflação dos alimentos e do álcool combustível em junho. Além de registrar quedas consecutivas desde a última semana de maio pelo Índice de Preços ao Consumidor — Semanal (IPC-S), economistas afirmam que os preços têm mais margem de queda até o fim do mês. Nos últimos dias, o grupo alimentação, puxado pela queda de 19,35% no preço da batata-inglesa, diminuiu o ritmo de elevação, de 0,39% para 0,06%.

O resultado permitiu um alívio na taxa final do IPC-S, que passou de 0,46% para 0,36%. Além dos alimentos, o álcool combustível também pressionou o índice para baixo, ao cair 1,89%. Com isso, os custos do grupo transportes recuaram de 0,31% para 0,19% na passagem da primeira para a segunda semana deste mês.

Para o economista da FGV e coordenador do índice, Paulo Picchetti, o sinal de queda favorece a expectativa do IPC-S fechar em 0,10% em junho. “Temos a nossa meta, mas é possível que o indicador conclua o mês até com inflação negativa”, explica.

A estimativa da FGV é de que os alimentos in natura sigam a trajetória de queda como das hortaliças e dos legumes, que caíram 7,48%, com destaque para a deflação de 3,79% do tomate, além das frutas, que tiveram baixa de 4,04%.

Esses recuos já foram percebidos pela dona de casa Maria Marques, 53 anos, moradora do Centro do Rio. Ela conta que ficou feliz ao ver os preços mais baixos no mercado. “Deu um alívio perceber, principalmente, o preço do tomate recuando”, disse.

Entretanto, subiram as taxas de vestuário (de 0,17% para 0,35%), Educação, leitura e recreação (de 0,62% para 0,64%) e comunicação (de 0,18% para 0,20%).

Cai intenção de consumo

A intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 1,6% em junho deste ano, na comparação ao mês anterior, atingindo o patamar mais baixo desde 2010. A pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) analisa a disposição brasileiros em comprar produtos.

Segundo a economista da CNC Juliana Serapio, “as principais explicações para a queda são as altas dos juros e da inflação nos últimos meses”.

Entre os sete componentes usados para medir o índice, apenas dois aumentaram de maio para junho: a intenção de compra a prazo (que subiu 1%) e o nível de consumo atual (que cresceu 0,3%).

O Dia/RJ