Alta de preço freia consumo de etanol e aumenta o de gasolina C

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O consumo do etanol hidratado no país deve ficar abaixo do esperado pelo segundo ano consecutivo, conforme dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Uma nova marca não será alcançada pelo etanol por conta do aumento no consumo da gasolina comum, que atingiu sua marca histórica no ano passado, com cerca de 30 bilhões de litros consumidos em 2010, de acordo com estimativas preliminares do Sindicato Nacional das Indústrias Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom).

Dados da ANP reproduzidos mostram que o consumo estimado de etanol hidratado para 2010 está em cerca de 14,9 bilhões de litros. Se confirmadas as expectativas, será um recuo de 10% sobre o ano anterior. Até novembro, o consumo de álcool combustível ficou em 13,5 bilhões de litros. O de gasolina C alcançou 26,9 bilhões de litros até novembro, ultrapassando todo o volume do ano de 2009, de 25,4 bilhões de litros.

Para 2010, o consumo desse combustível deverá crescer 18%, estimulado pelo maior poder aquisitivo do consumidor - a venda e a produção de carros foram recordes no ano passado - e pela queda da demanda por etanol para abastecer os veículos. Neste ano, o consumo poderá superar os 30 bilhões de litros, considerando que apenas a atual frota de automóveis.

A vantagem do consumo de etanol em relação à gasolina caiu entre dezembro de 2010 sobre dezembro do ano anterior, de acordo com a ANP. Apenas em seis Estados das 27 unidades federativas o etanol compensava mais que a gasolina, ante sete Estados em dezembro do ano anterior. Vale a pena abastecer com etanol quando seus preços são iguais ou inferiores a 70% das cotações da gasolina. Na média nacional, o preço do litro do etanol passou de R$ 1,723, registrado em dezembro de 2009, para R$ 1,804, no mês passado. O aumento no período foi de 4,7%.

Para o Sindipetróleo (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis de Mato Grosso), a economia brasileira, e consequentemente a mato-grossense, passa por um bom momento, o que motiva um crescimento expressivo no consumo dos combustíveis. Setores como a agricultura e a mineração, que utilizam o transporte brasileiro em massa, foram fundamentais para esse recorde, bem como a inclusão de novos consumidores na economia brasileira, quer seja com a aquisição de veículos, quer com o maior uso dos vários meios de transporte de pessoas (aviões) e cargas (caminhões). O diesel e a gasolina de aviação entram nessa análise.

A gasolina comum também se encaixa nessa avaliação. Vale ressaltar que o preço elevado do álcool muitas vezes fez com que o consumidor migrasse deste combustível (etanol) para a gasolina.

Há um fator que gera incertezas nos números do álcool: a sonegação que acontece neste mercado e que acontece em todo o país, conforme afirma o próprio Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom).

O Sindicom estima que anualmente 1 bilhão de reais sejam sonegados por distribuidoras brasileiras que não pagam impostos incidentes sobre este  produto.

Há perspectiva de crescimento também para 2011 em todos os produtos, já que o poder aquisitivo dos brasileiros tem crescido. O país conta atualmente com 212 distribuidoras de combustíveis, dos quais 150 estão na ativa. São cerca de 37,5 mil postos, dos quais 21,2 mil com bandeiras. O mercado total de combustíveis em 2010, que incluem ainda diesel, querosene, óleo combustível e GNV (Gás Natural Veicular) deve somar 108 bilhões de litros. Se confirmadas as estimativas, será um crescimento de 9,5% em relação a 2009. O diesel responde por cerca de 46% desse mercado. (Sindipetróleo com Valor Econômico)