Artigo: Mitos e Verdades sobre o Arla32
O Arla32 é uma realidade para todos que vivem o mundo do óleo diesel. Alguns achavam que era uma “moda passageira” ou que “não ia colar”. Agora é impossível negar que é uma realidade e que aumenta o potencial de consumo em mais de 2 milhões de litros por mês. Estima-se que o consumo mensal total hoje já alcança mais de 12 milhões de litros. A previsão para outubro é de 14 milhões e a tendência é de que este número cresça cada vez mais. Podemos prever que em dezembro de 2014, o consumo será por volta de 42 milhões de litros. Já teremos consumido mais de 450 milhões de litros até lá.
Neste primeiro momento, o consumo cresce velozmente. Junto com este consumo surgem muitos mitos. O primeiro ponto a se desmistificar é com relação à legislação pertinente. Os usuários têm para si que se trata de legislação de trânsito, mas a lei que estipulou as regras da motorização Euro5 é Ambiental. A consequência disso é que as multas e as penas para quem desobedece aos níveis de emissão de NOx são muito mais severas, podendo chegar a multas milionárias e até prisão. Não é exagero! Basta a fiscalização flagrar a emissão de poluentes. Nos veículos com tecnologia SCR é fundamental que o Arla32 de boa qualidade (no mínimo com o selo do INMETRO) esteja atuando no sistema catalítico. Quanto aos veículos SCR, outra lenda é que seja vantajoso “chipar” o veículo dispensando o uso do Arla32. Neste ponto, primeiro é necessário lembrar que ao enganar o sistema eletrônico do veículo, a reação química para a eliminação do NOx deixará de ocorrer, portanto haverá emissão de poluentes e desobediência às leis ambientais. Pior: o veículo estará poluindo o meio ambiente. E onde ficará a consciência ambiental? Além disso, é um tiro no pé: ao não ministrar a solução de água desmineralizada com 32,5% de ureia técnica, o indivíduo causará danos irreversíveis ao catalisador do veículo (em médio prazo).
Esses danos já começaram a acontecer pelo Brasil. Basta conversar com um funcionário de revenda de veículos e verão que a demanda para o conserto dos catalizadores está aumentando. Num caminhão que consome 200 litros de Arla32 por mês, a economia por burlar o sistema seria por volta de R$ 5.500,00 por ano (tempo que o caminhão começa a apresentar as quebras). A falta do uso do Arla32 é motivo para a perda da garantia. A troca do catalisador num veículo desses não sai por menos de R$ 25.000,00. A conta é simples: Economia de R$ 5.500,00 gera um gasto de R$ 25.000,00!
Outra conduta que se tem visto pelo Brasil é a substituição do uso do Arla32 por água da torneira. Além de poluir e gerar as consequências expostas acima, essa conduta, também a médio prazo, ocasiona a quebra do catalizador. O motivo principal é o dano causado pelos minerais contidos na água. Eles vão calcificando nos elementos do catalisador até estragá-lo. Isto é facilmente constatado pelos mecânicos provocando a perda da garantia. Mesma conta acima.
Usar ureia de loja de produtos agropecuários (para fertilizante) e misturar na água incorre no mesmo erro: polui, prejudica o catalisador e poderá resultar na perda de garantia do veículo. Precisam ser água desmineralizada e ureia técnica (não se encontra em lojas).
Enfim, a pergunta da maioria: a tecnologia SCR será substituída em breve? Não se tem previsão ainda, a nova motorização que está para chegar (Euro6) terá a união das duas tecnologia (EGR e SCR) e nenhuma outra viável está para ser disponibilizada. O que se sabe que é que em breve todas as máquinas a diesel terão que se adequar à nova legislação. O Arla32 será cada vez mais usado e por, no mínimo, 15 anos. É uma nova e boa realidade (pela questão ambiental é claro) que deverá ser cada vez mais absorvida pelos frotistas em geral.
André Rodrigues Sócio-diretor da Solupetro - www.solupetro.com.br