Biodiesel eleva corrosão de materiais

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Diferentemente do diesel obtido dos recursos fósseis, o biodiesel não consegue manter as suas propriedades por longos períodos. Com o tempo, dependendo das condições de armazenamento, ele é mais suscetível à degradação devido a sua propriedade de absorção de umidade. Alguns estudos apontaram que o biodiesel pode absorver até 30 vezes mais água que o diesel comum.

Na apresentação do pesquisador Eduardo Cavalcanti no 28° Congresso Brasileiro de Corrosão, é descrito que essa característica resulta em maior oxidação. A água contida no combustível é liberada, possibilitando o acúmulo da chamada borra e crescimento de fungos e bactérias. Além de causar danos aos motores, o material gera desgaste no sistema de injeção e se aloja nas tubulações e filtros dos veículos.

Outra questão apontada por Eduardo Cavalcanti é o poder de solvência elevado do biodiesel, podendo ocasionar a corrosão também de materiais não-ferrosos. O pesquisador alerta no documento que, apesar dos benefícios e vantagens deste tipo de biocombustível, essas propriedades podem ser um obstáculo no desenvolvimento do setor.

De acordo com o professor e membro do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, José Daniel Gonçalves Vieira, a proliferação de bactérias já foi encontrada em tanques de caminhões e ônibus. Para sanar o problema, estudos estão sendo realizados para combater a proliferação de bactérias e a formação das borras.

Estudos mais conclusivos ainda estão em desenvolvimento para medir o impacto na vida útil dos motores. Entretanto, isso pode variar de acordo com a mecânica de cada veículo. Geralmente, os modelos mais novos são mais suscetíveis a problemas.

Hoje em Dia/MG