BRA ainda não compra caminhões Euro 5

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O mercado brasileiro de caminhões reagiu, no último mês, com um crescimento de 6,3% sobre o mesmo período de 2011, foram 13. 017 unidades comercializadas, em janeiro de 2012, frente as 12.247 alcançadas em igual espaço de tempo do ano passado. Esta recuperação veio depois de uma queda de 2,8% nos emplacamentos entre 2010 e 2011. Apesar do crescimento registrado neste último balanço da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), as montadoras estão apreensivas com a reação do consumidor quanto à entrada em vigor da normatização Proconve P7, equivalente ao Euro 5.

Desde o primeiro dia deste ano, todos os veículos que saírem da linha de montagem deverão estar adequados ao Euro 5, o que, de acordo com os fabricantes, deve encarecer o preço do veículo entre 10 e 15%. “Acreditamos que o mercado sofrerá uma certa retração até que as condições de distribuição do novo diesel S-50 e do Arla 32 estejam mais claras para o transportador brasileiro. Por isso, esperamos uma redução nos volumes de vendas no segundo trimestre de 2012, e apostamos na retomada de crescimento da demanda a partir do início do segundo semestre”, declarou Marcelo Bouhid, gerente de Marketing da Iveco.

Ricardo Alouche, diretor de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da MAN Latin America, se demonstra otimista, embora ressalte que o mercado ainda está receoso em relação à nova tecnologia. “Apesar de todas as incertezas em função da transição de motorização, o ano começou muito bem, registrando o melhor janeiro da historia, com 12.880 caminhões emplacados. A Volkswagen comercializou 3.553 unidades durante todo o mês passado, garantindo o primeiro lugar em vendas no mercado doméstico com 27,6% de participação”, explicou.

De acordo com a nova normatização, as montadoras não podem mais fabricar veículos com motorização Euro 3, porém o que já foi produzido pode ser faturado até o dia 31 de março, sendo que as concessionárias estão livres para comercializar estas unidades até o fim de seus estoques.

O diretor da MAN apontou, inclusive, que o bom desempenho do início do ano está atrelado à comercialização dos caminhões com motorização antiga. “As vendas continuam aquecidas, principalmente dos veículos Euro 3. Temos verificado que os frotistas estão buscando esta alternativa em função da dificuldade de encontrar o diesel S50 e o Arla 32 neste início de fase. Nota-se claramente, dia após dia, um aumento pelo interesse em modelos Euro 5, principalmente oriundo de empresas que possuem programas de sustentabilidade, mas ainda com baixa concretização de vendas. Recentemente, repassamos à Megabiaga seis caminhões que seguem a nova normatização que já estão em operação”, declarou Alouche.

Apesar de janeiro ter registrado números positivos, o mercado levará ainda um tempo para se adaptar à nova motorização, o que deve resultar em uma retração nos emplacamentos neste ano. “Considerando todo o cenário macroeconômico e também os picos e vales em decorrência da transição Euro 3-Euro 5, esperamos que o mercado de caminhões se mantenha em níveis importantes em 2012. Entretanto, não alcançará os números de 2011, devendo ficar aproximadamente 10% menor. Mas é importante destacar que, mesmo menor, o patamar de mercado ainda será alto”, conclui Bouhid, gerente da Iveco.

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