Calote e endividamento colocam crédito em xeque

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A inadimplência dos correntistas acima de 7% e o elevado nível de endividamento das famílias devem atrapalhar os planos do governo de acelerar a concessão de crédito nos bancos privados, conforme antecipou O GLOBO na segunda-feira, para dar mais combustível à atividade e aumentar o crescimento da economia. Para analistas, o impulso desejado pelo governo nos empréstimos virá apenas com a acomodação do calote e uma expansão maior da economia, que garanta a manutenção do nível de emprego e renda.
 
Embora tenha recuado de 7,92%, em outubro, para 7,79% em novembro, a taxa de inadimplência — atrasos acima de 90 dias — para a pessoa física medida pelo Banco Central (BC) ainda está muito alta e longe do seu ponto mais baixo desde a crise, de 5,68%, registrados em dezembro de 2010.
 
— Não adianta dar crédito para pessoa física se você tem a inadimplência em alta. Os bancos ficaram mais receosos de dar crédito — diz Luiz Miguel Santacreu, analista da Austin Rating.
 
Economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi, concorda e ressalta que, mesmo que a inadimplência recue nos próximos meses, como sinalizam os indicadores, a demanda por crédito não deve reagir na mesma intensidade verificada em 2009 e 2010, quando o volume de financiamentos crescia a 20%.
 
Pelo último dado da série do BC, as operações de crédito do sistema financeiro cresceram 13,8% até novembro sobre o mesmo período de 2011. Uma expansão modesta, de pouco mais de 1% no crédito em dezembro, estima Rabi, deve fazer com que o saldo feche o ano de 2012 com alta próxima de 15%.
 
O Globo Online