Consumo de GNV cresce apenas na indústria

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O consumo de gás natural (GN) em Mato Grosso cresceu 93,15% em 2013. Nos 12 meses foram comercializados 5,547 milhões de metros cúbicos (m3) de GN, contra os 2,872 milhões (m3) em 2012. O balanço anual do setor foi divulgado nesta quarta-feira (29) pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), que confirma a expansão na participação das indústrias mato-grossenses como consumidoras do insumo energético. Em 2012, duas fábricas detinham 19,1% do mercado estadual, ou seja, 548,7 mil (m3) do gás vendido. Já durante o ano passado, 5 indústrias consumiram 3,438 milhões (m3), representando 61,9% do que foi comercializado. Apesar dos números positivos, o “fantasma” da insegurança no abastecimento do gás natural pode ser uma das explicações para a perda de uma indústria como cliente no encerramento de 2013.

No 1º semestre do ano passado, atrasos no pagamento pelo governo do Estado levaram ao corte no fornecimento de GN pela empresa Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), que fechou temporariamente as válvulas do gasoduto. Tempo suficiente para paralisar o funcionamento de 2 frigoríficos de Várzea Grande, que empregam cerca de 5 mil trabalhadores. Naquela ocasião, abril, o estoque do gás já havia acabado em 5 postos de combustíveis.

RETRAÇÃO

O crescimento do consumo na indústria não se repetiu no setor  automobilístico. O número de revendas de  Gás Natural Veicular foi mantido (6), mas a comercialização recuou 9,31%, baixando de 2,329 milhões (m3) em 2012, para 2,112 milhões (m3) no ano seguinte. “O cenário atual é só de retração, se não houver uma política estadual consolidada para o consumo de gás”, avalia o proprietário do posto Santa Elisa, João Marcelo Borges, que estuda a possibilidade deixar de fornecer GNV ainda este ano por causa da falta de fiscalização dos equipamentos. “A dificuldade que ninguém acredita mais e quem troca a frota não coloca gás. Como vai crescer? Só vai cair. Não tem quem converta o carro, e para fazer a inspeção obrigatória do cilindro tem que ir a Campo Grande (MS). Tenho medo da segurança no posto, dos funcionários, clientes”.

O empresário ressalta que, em outros estados como São Paulo, o governo incentiva o consumo, dando descontos no IPVA e na instalação dos equipamentos. “Mato Grosso nunca teve nada. Não tem política para nada”.

Consumo de gás natural

Janeiro 458,8 mil

Fevereiro 512,4 mil

Março 613.8 mil

Abril 537 mil

Maio 635,5 mil

Junho 357 mil

Julho 341 mil

Agosto 372 mil

Setembro 342 mil

Outubro 468,1 mil

Novembro 504 mil

Dezembro 406,1 mil

Total 5,547 milhões

A Gazeta 30/01/2014