Na Mídia: Consumo nos postos de combustível cai 60% e tendência é que preço abaixe mais
As primeiras semanas de quarentena em Mato Grosso já influenciaram os preços dos combustíveis. De forma geral, o preço já vinha em queda, o que já foi repassado para outros estados, mas não para Mato Grosso.
Claudyson Martins Alves, proprietário do posto Bom Clima e membro da diretoria do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Sindipetróleo-MT), explicou que houve queda de 60% do consumo de combustível, o que relfetiu em preços mais baratos nos postos. O valor na capital deve cair mais ainda quando a queda do preço da Petrobras for repassada aos postos.
Com as medidas de isolamento impostas pelo Governo do Estado e Prefeituras municipais, o número de pessoas circulando pelas cidades diminuiu drasticamente. Na capital do Estado, que já possui 18 casos confirmados de coronavírus, o movimento nos postos de combustível caiu mais que a metade.
"Em Cuiabá os combustíveis estão baixos assim porque está tendo uma disputa acirrada, o consumo caiu demais, mais de 60%, e nisso a receita cai, mas a despesa é a mesma. O posto está abaixando o preço para ver se consegue vender mais para recuperar algum valor e pagar as contas", disse Claudyson.
O membro da diretoria do Sindipetróleo explicou que, apesar da quarentena, os preços já vinham caindo. Ele contou que em lugares como São Paulo o preço do etanol já está R$ 0,50 mais barato que em Cuiabá. Isto porque as distribuidoras ainda não começaram a repassar a queda para os postos.
"A Petrobras tem baixado constantemente o preço, só não tem caído mais porque as distribuidoras estão segurando este repasse, não está repassando para os postos. Era para estar mais baixo. Chegou agora cerca de 500 milhões de litros lá em Santos, a R$ 0,50 mais barato que o custo da Petrobras, então vai reduzir mais ainda. Isso no final de uma safra, vai começar uma safra nova em abril, que também ira influenciar".
Com a queda no consumo em Cuiabá, os postos tem adotado medidas para conseguir conter os prejuízos. Claudyson disse que o Sindipetroleo também fez recomendações para que os funcionários não sofram tanto com esta crise.
"Estamos acompanhando o que os órgãos públicos estão falando, que é os governos Estadual e Municipal. Nossa ideia é cumprir o que eles estiverem falando, então os funcionários acima de 60 anos, os que eu tinha não estão indo para o posto. Criamos um comitê de crise no Sindipetróleo, sugerimos mandar funcionários acima de 60 anos para casa, sugerimos dar férias para quem já puder tirar férias e sugerimos não mandar ninguém embora nessa época de crise, com preocupação em não deixar eles irem para casa desempregados, com uma crise dessa, sem chance de arrumar emprego, então eu acho que não é a melhor opção, o trabalhador ficaria abalado psicologicamente".
Claudyson ainda afirmou que esta crise não deve durar muito tempo, mas os reflexos dela no comportamento de consumo dos clientes, deve demorar a passar.
"Vai continuar assim por um tempo, então acho que este ano não conseguimos retornar à normalidade do consumo. No momento o cenário é de queda do preço na tentativa de aumentar as vendas, mas a tendência é que caia mais. Esta queda já chegou em outros estados, aqui ainda não, porque como caiu o consumo nacional em geral, este combustível que chegou a R$ 0,50 mais baixo que o da Petrobras vai entrar no mercado, então a Petrobras para vender o dela vai baixar o preço também".