Cosan bate novo recorde em açúcar
A elevada concentração de açúcar na cana potencializou a produção sucroalcooleira da Cosan, a maior companhia do segmento do país. A empresa encerrou a safra 2010/11 com moagem de 54,5 milhões de toneladas de cana e com um volume recorde de produção de açúcar - 4 milhões de toneladas, acima das 3,5 milhões da temporada anterior. Mesmo privilegiando o açúcar no mix de processamento, a empresa também avançou em etanol, cuja produção chegou a 2,2 bilhões de litros, contra 1,8 bilhão no ciclo 2009/10.
Pedro Mizutani, presidente da Cosan Açúcar e Álcool (CAA), explica que foi possível produzir mais açúcar em 2010/11 porque o teor de açúcar contido na cana - ATR, ou Açúcar Total Recuperável - foi bem elevado, de 144 quilos por hectare. Na temporada anterior, essa quantidade foi bem menor (129,8 quilos por hectare) sobretudo por causa do excesso de chuvas em 2009.
Também estimularam uma safra fortemente açucareira os investimentos realizados em 2009 na ampliação da capacidade das fábricas de açúcar do grupo. Naquela época, foram aplicados cerca de US$ 80 milhões para elevar o potencial de produção.
Em moagem de cana, o volume processado em 2010/11 foi 9% maior do que as 50 milhões de toneladas registradas no ciclo 2009/10. No entanto, assim como ocorreu em todo a região Centro-Sul do país, a seca prolongada do segundo semestre de 2010 prejudicou o crescimento da cana. Assim, apesar do avanço em moagem, ela ficou abaixo das 60 milhões de toneladas estimadas inicialmente. A capacidade total de processamento de cana da Cosan é de 62 milhões de toneladas, distribuídas em 23 usinas - uma em Mato Grosso do Sul, outra em Goiás e todas as demais no Estado de São Paulo.
Mas, com a compensação vinda do ATR, a Cosan conseguiu crescer em volumes produzidos, vendidos e, como todo o segmento, também em preços de comercialização. Segundo resultados preliminares divulgados na sexta-feira pela companhia, nos nove primeiros meses da safra 2010/11 - de abril a dezembro de 2010 - a receita total da divisão Açúcar e Álcool atingiu R$ 4,7 bilhões, 34,2% mais que os R$ 3,5 bilhões de igual período da temporada 2009/10.
E foi o açúcar que puxou para cima o desempenho. A receita líquida com a commodity na comparação entre os intervalos de nove meses subiu 33%, de R$ 2,1 bilhões para R$ 2,8 bilhões, dos quais R$ 931,9 milhões foram registrados no terceiro trimestre (outubro a dezembro de 2010).
O volume vendido do adoçante nos três trimestres da temporada cresceu 13%, para 3,3 milhões de toneladas, e o preço médio subiu 18%, para R$ 856 por tonelada. No mercado externo, o preço médio foi de R$ 772,80 por tonelada, abaixo da média de R$ 1.065 do mercado interno.
No total, a Cosan S.A., que também incorpora a Rumo Logística e a Cosan Combustíveis e Lubrificantes (CCL), teve receita líquida de R$ 13,4 bilhões nos nove meses até 31 de dezembro, 22,9% mais do que em igual período de 2009. Desse valor, R$ 4,7 bilhões foram registrados no terceiro trimestre.
A CCL respondeu pela maior parte da receita líquida total. Nos três trimestres, foram R$ 8,8 bilhões, 17% acima do registrado em igual intervalo de 2009. No terceiro trimestre encerrado em 31 de dezembro passado, a receita líquida dessa área foi de R$ 3 bilhões, 11,5% maior do que há um ano. Os resultados completos do trimestre serão divulgados no dia 9 de fevereiro. Nos 12 meses do ano fiscal encerrado em 31 de março de 2010, a Cosan teve receita líquida total de R$ 15,3 bilhões, o que já representava um aumento de 144% em relação ao ano anterior.
Valor Econômico