Dilma vai reduzir mistura de etanol na gasolina em agosto, diz Reuters
Mudança deve ser analisada na quinta e anunciada na segunda-feira
A presidente Dilma Rousseff decidiu reduzir a quantidade de etanol que é adicionada à gasolina no Brasil, como parte dos esforços para controlar a inflação, disse ontem uma fonte do governo à agência de notícias Reuters. O aumento dos preços do álcool, junto à alta do açúcar no mercado internacional, tem sido um dos principais fatores responsáveis pela elevação da inflação acima da meta oficial.
Atualmente, a gasolina vendida nos postos brasileiros recebe 25% de álcool anidro. Dilma teria concordado em reduzir esse percentual para 18% ou 20%, segundo a fonte. A decisão deve ser oficializada na próxima segunda-feira e implementada em agosto.
— O efeito dos preços do etanol tem sido muito negativo para a inflação e para as expectativas inflacionárias, e a presidente decidiu agir — disse essa fonte, que pediu anonimato. Funcionários do Ministério de Minas e Energia devem se reunir na quinta-feira para analisar as implicações da redução do teor de álcool na gasolina, segundo duas fontes governamentais.
Uma reunião ministerial está prevista para segunda-feira, quando a decisão pode ser oficialmente anunciada.A medida já era esperada por usineiros e economistas, e pode atenuar substancialmente as pressões inflacionárias. Os combustíveis respondem por mais de 2,5% na cesta de itens que compõem o IPCA, principal índice de preços no país. Mas a alteração também acarreta riscos para outras áreas econômicas e até para grandes comerciantes globais de commodities.
A decisão estudada por Dilma é excepcional por acontecer no meio da safra, o que torna mais imprevisíveis as conseqüências para o mercado.
Fonte: O Globo