Diretor financeiro da Petrobras não deixará a empresa
O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa, não deixará a empresa. Os três diretores que vão deixar a companhia - Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Renato Duque (Serviços) e Jorge Zelada (Internacional) - foram chamados ontem a Brasília, onde foram comunicados pessoalmente pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Já Barbassa goza da inteira confiança da presidente da Petrobras, Graça Foster, e passou ontem o dia todo no Rio, em reuniões normais de trabalho.
Tanto Duque quanto Zelada já tinham manifestado desejo de sair. Duque esteve perto de deixar a companhia junto com Guilherme Estrella e o diretor da área internacional manifestou sua intenção no início do ano. O único surpreendido foi Costa.
As especulações em torno dos nomes que vão ocupar as três diretorias da Petrobras que ficarão vagas a partir de segunda-feira é intensa. Segundo fontes, nomes não faltam na central de boatos instalada ontem na Petrobras, mas um bom indicativo do que a presidente da estatal gostaria de ter na diretoria é o perfil técnico dos diretores que ela escolheu.
José Formigli, diretor de exploração e produção é um engenheiro formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) que está há 29 anos na Petrobras e que integra a chamada "tropa de elite" da estatal. E José Alcides Martins, diretor de Gás e Energia, tem baixo perfil, é apolítico e também funcionário de carreira.
O outro diretor nomeado depois que Graça assumiu é político e também oriundo da Petrobras. José Eduardo Dutra, que assumiu a nova diretoria Corporativa, foi funcionário da extinta Petromisa antes de iniciar sua carreira política. No governo de Luiz Inácio Lula da Silva ele presidiu a Petrobras, a BR e o PT.
Por essas indicações é possível imaginar que se Graça Foster tiver espaço, deverá tentar montar uma equipe mais especializada, com nenhuma indicação política, formada por pessoas que ela conhece e em quem tem plena confiança.
Entre os nomes cotados para substituir Paulo Roberto Costa no Abastecimento, tem sido lembrado o de José Lima de Andrade Neto, presidente da BR Distribuidora. Funcionário de primeira linha da estatal, Lima foi secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia e é respeitado pela corporação e "queridíssimo" pela presidente Dilma Rousseff e pela presidente da Petrobras. Com perfil mais técnico, outro nome possível é o de José Carlos Cosenza, com vasta carreira na Petrobras, inclusive internacional, e que hoje ocupa a gerência executiva de refino no Abastecimento.
Para o cargo vago com a saída de Renato Duque da diretoria e Serviços se especulava na Petrobras ontem alguns nomes, entre eles o de Irani Varella, que já ocupou o cargo na gestão de Henri Reichstul e José Sérgio Gabrielli, e Roberto Gonçalves, gerente de engenharia na área.
Para a vaga de Jorge Zelada na diretoria Internacional, as especulações são mais cautelosas. Um nome lembrado foi o de Décio Oddone, ex-presidente da Petrobras na Bolívia, inclusive durante a tomada das refinarias depois que Evo Morales assumiu, e na Argentina. Funcionário com longa carreira na área internacional, Oddone hoje é vice-presidente da Braskem indicado pela Petrobras. Ontem também se falava no nome de Sócrates José Marques, que integra o time de Zelada. Mas essa aproximação com o diretor que teve seu nome ligado ao PMDB pode desqualificar o executivo.
O conselho de administração da Petrobras se reúne amanhã e ao final da reunião espera-se que sejam divulgados os nomes dos três novos diretores.
Valor Econômico