Entidade revisa estimativa de vendas do varejo no ano
O comércio varejista apresenta tendência de desaceleração e esse processo pode se intensificar no segundo semestre, com o aumento de impostos, juros e com famílias menos dispostas a consumir. A avaliação é da economista Juliana Serapio, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A CNC reduziu de 4,9% para 4,7% a projeção de alta do volume de vendas do varejo em 2014, após a queda de seu indicador que mede a intenção de consumo das famílias (ICF) que, pelo segundo mês consecutivo, chegou ao menor nível da série histórica, iniciada em janeiro de 2010. O ICF caiu 1,6% entre maio e junho, para 120,4 pontos. Em relação a junho de 2013, o índice recuou 7,4%. Apesar do resultado, o índice ainda mantém-se acima da zona de indiferença, de 100 pontos, indicando que as famílias pretendem consumir, embora menos. Segundo a CNC, a inflação alta e a elevação dos juros causam maior aperto no orçamento doméstico e enfraquecem as perspectivas de consumo, assim como o elevado nível de endividamento. Para Juliana, da CNC, o comércio só voltará a crescer com robustez diante de reformas estruturais, com aumento dos investimentos. A contínua elevação no custo do crédito e o alto nível de endividamento mais uma vez afetaram negativamente a intenção de compras a prazo, que caiu 1% em junho ante maio. Em relação a junho do ano passado, a intenção de compras a prazo teve queda de 6,2%. A maior parte das famílias declarou estar com o nível de consumo igual ao do ano passado (37,9%). O nível de confiança das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos caiu 1,6% na passagem de maio para junho, para 120,1 pontos. Em igual período, a confiança das famílias com renda acima de dez salários mínimos caiu 1%, para 123,3 pontos. Já os indicadores relacionados ao mercado de trabalho recuaram entre maio e junho para o menor patamar da série histórica. \'Emprego Atual\' caiu 1,3% nesse período e recuou 2,4% frente a junho de 2013. O item renda caiu 1% na comparação. Em relação a junho de 2013, o item caiu 3,5%. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego caiu de 45,5% para 44,2% em junho.
Valor Econômico