Etanol, alimentos e escolas vão elevar custo de vida em janeiro

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O goianiense deve se preparar, pois tudo indica que a capital começou o ano com alta no custo de vida. A inflação de janeiro deve acelerar em Goiânia por causa do impacto dos reajustes nos preços dos hortifrutigranjeiros, combustíveis, aluguéis e educação. O novo valor do salário mínimo também deve resultar em aumentos no custo da mão-de-obra.

Apesar do Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) ter registrado recuo de 0,78% em dezembro para 0,46% em janeiro, o fechamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação deste mês deve ser bem maior. Isso porque o IPCA-15 mede a inflação baseada no comportamento dos preços entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira quinzena de janeiro.

O IPCA-15 apontou que os alimentos tiveram reajuste de 0,8% por causa dos expressivos aumentos nos preços dos hortifrutigranjeiros, em virtude das fortes chuvas. Os destaques foram o tomate, que ficou 49,7% mais caro, a cenoura, com alta de 25%, e a banana prata, que aumentou 17,6%. O reajuste dos alimentos só não foi maior por conta de um recuo de 19% no preço do feijão e de 0,62% da carne.

Mas o gerente de Indicadores Econômicos e Sociais da Secretaria de Planejamento do Estado (Seplan-Goiás), Marcelo Eurico de Sousa, adverte que a inflação de janeiro deve sentir um peso bem maior dos reajustes dos alimentos. Isso porque o IPCA-15 ainda abrange a segunda quinzena de dezembro, quando os produtos básicos, como muitos hortifrutigranjeiros, não exercem tanta pressão sobre os indicadores.

"Neste período, a demanda é maior por carnes diferenciadas e frutas mais nobres", explica Marcelo Eurico. Ele lembra que o índice divulgado ontem abrange apenas 14 dias de janeiro e os efeitos das chuvas foram sentidos pela produção de alimentos em quase todo País ao longo do mês.

Educação

Outro ponto importante é que o IPCA-15 mostrou preços quase estáveis no grupo educação. O gerente da Seplan-Goiás lembra que isso acontece porque o peso das matrículas escolares não não é considerado pelo índice em janeiro, justamente quando esse item se destaca no orçamento das famílias. Essa pressão só deve aparecer na inflação divulgada em fevereiro.

A psicóloga Lázara Marizul Souza Borges Oliveira já sente no bolso o peso da inflação em janeiro. Com três filhos na escola, ela conta que o gasto com as matrículas escolares subiu de R$ 300 em 2010 para R$ 650 este ano. Mais de R$ 2 mil serão gastos com material escolar.

Segundo Lázara Oliveira, o orçamento ficou ainda mais apertado por causa do reajuste do álcool combustível, já que ela precisa levar e buscar os filhos na escola. "A inflação de janeiro realmente pesa muito mais."

Segundo Marcelo Eurico, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Goiânia, que será divulgado pela Seplan no início de fevereiro, deve refletir melhor esse peso no custo de vida, assim como a pressão do aumento dos combustíveis e dos alimentos. Ele dá o exemplo do tomate, que fechou 2010 com queda acumulada de 31,2% e começa 2011 com uma variação bem superior à de todo ano passado.

O mesmo deve acontecer com o IPCA. A inflação de janeiro também deve sentir mais o impacto dos reajustes nos preços dos aluguéis. Isso porque os contratos reajustados agora pegaram a variação cheia do IGPM no ano passado, que chegou a 11,32%. Pelo IPCA-15, o reajuste do aluguel foi de 1,9%, o que fez o grupo habitação registrar alta de 0,78% em janeiro. Com o reajuste do salário mínimo, o custo da mão-de-obra para reparos teve aumento de 1,6% na primeira quinzena.

O Popular/ Go