Etanol puxa valorizações na BM&F em junho

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Os preços futuros das commodities agropecuárias negociadas na BM&FBovespa oscilaram sem direção clara em junho, mas acumularam forte elevação no semestre. De acordo com cálculos do Valor Data baseados nas médias mensais dos contratos de segunda posição de entrega, três das cinco commodities negociadas na bolsa registraram ganhos. O etanol liderou as altas, acompanhado de longe por milho e soja, com variações mais modestas. Café e boi gordo amargaram perdas.

Após dois meses de baixa, reflexo do início da safra de cana-de açúcar, o etanol voltou a subir com força na bolsa, zerando as perdas do ano. Em junho, o preço da commodity avançou 13,68% sobre a média apurada em maio. Já a cotação média do semestre foi 47,44% maior do que a verificada em igual período do ano passado. "Fatores climáticos e a falta de investimentos nos canaviais reduziram a produtividade e a disponibilidade da cana-de-açúcar para a safra 2011/12. A produção de etanol hidratado deve vir abaixo das expectativas do mercado e poderá não ser suficiente para atender à demanda pelo produto", observa Rodrigo Fernandes, analista da Fator Corretora.

O preço médio do boi gordo ficou praticamente estável em junho, com baixa de 0,23% ante maio, mas acumulou alta de 2,08% nos primeiros seis meses do ano. Já o preço médio semestral foi 26,31% maior do que o apurado no mesmo período de 2010.

De acordo com Alex Lopes da Silva, analista da Scot Consultoria, junho ainda reflete o aumento da oferta de animais para abate decorrente do fim do período de chuvas e da piora na condição dos pastos. Ele observa, entretanto, uma tendência de recuperação nas últimas semanas. "Já se sente uma diminuição na escala de abates dos frigoríficos, o que revela um maior aperto na oferta. Estamos entrando na entressafra, e a tendência é trabalharmos com preços firmes nos próximos meses."

Pressionado por fatores externos sazonais, a cotação média do café arábica recuou 4,09% ante maio - a maior queda entre as commodities analisadas - mas ainda ostenta uma elevação de 27,13% sobre dezembro. Em relação ao mesmo período de 2010, a valorização observada no primeiro semestre é de 102,89%.

A proximidade da colheita brasileira, a chegada do verão no Hemisfério Norte e as turbulências financeiras provocadas pela crise na Grécia se abateram sobre o mercado nas primeiras semanas do junho, mas a preocupação com o clima no Brasil voltou a dar sustentação às cotações. A expectativa é de que os preços oscilem sem tendência definida até setembro, quando as lavouras florescem e dão os primeiros sinais sobre o potencial da próxima colheita brasileira.

Influenciados pelos preços em Chicago, os grãos tiveram valorização. O milho subiu 2,91% ante a média de maio e 20,52% sobre a de dezembro. Já a soja teve uma apreciação média de 1,07% no mês.

Valor Econômico