Impostos "turbinam" em 57% preço da gasolina

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Os impostos ajudam muito a explicar porque os preços da gasolina são tão altos no Brasil. Enquanto a carga tributária nos Estados Unidos é de 13% do preço, aqui o Leão responde por 57,3%: "Por isso o preço para o consumidor nos EUA é menor do que no Brasil, mas nosso custo de produção é competitivo: gira em torno de R$ 1,10 o litro", afirma o engenheiro Ricardo Maranhão, da Associação de Engenheiros da Petrobras (Aepet).

Em agosto de 2012, encher um tanque de 39 litros na Venezuela custava US$ 3,51. Na Noruega saía por US$ 394,68. O brasileiro precisa trabalhar 15% mais tempo para comprar a mesma quantidade de combustível do que um cidadão norte-americano.

Enquanto na Noruega, um galão de gasolina (corresponde a cerca de 3,8 litros) custava US$ 10,12, em agosto do ano passado, a Arábia Saudita, maior produtor mundial, vendia o mesmo galão a US$ 0,61.

Diante do poderoso lobby das multinacionais do setor e dos usineiros, setores do governo já admitem elevar em 7% o preço da gasolina. Para Maranhão, a elevação do preço seria o melhor caminho, em vez de diminuir a carga tributária: "O governo zerou a Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico) - cuja alíquota é variável, para amenizar o impacto das oscilações do mercado no preço final - mas isso não é suficiente para compensar as perdas da Petrobras com o preço defasado", calcula o engenheiro.

Em outros países, como a Noruega, a carga tributária também é alta. O país, que detém um dos mais altos poder aquisitivo do mundo, pratica o mais alto preço global para o combustível. 

Monitor Mercantil