Inflação é compatível com alta de combustíveis neste ano

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O cenário de inflação mais baixa no curto prazo, as condições do mercado de petróleo e a taxa de câmbio atual podem favorecer uma decisão do governo de elevar os preços dos combustíveis no Brasil ainda neste ano, de acordo com avaliação do banco Credit Suisse que circulou no mercado nesta segunda-feira. "Como resultado, estamos admitindo que haverá um aumento de 10 por cento nos preços nas refinarias da gasolina e do diesel em 1o de novembro", afirmou o banco em relatório.  Apesar de a Petrobras amargar há tempos defasagem nos preços dos derivados em relação ao mercado internacional, agravada recentemente pela alta do dólar, o governo adota cautela antes de autorizar aumentos nas cotações, pois teme o impacto inflacionário da medida.  "Um aumento de 10 por cento nos preços da gasolina e do diesel, o qual é consistente com os reajustes em anos recentes, poderia elevar a inflação pelo IPCA em 0,29 ponto percentual", acrescentou o banco.  Considerando um eventual aumento de 10 por cento, o Credit Suisse elevou a sua previsão de inflação para o ano no país para 6 por cento, ante 5,8 por cento.  Essa nova estimativa indica que o índice oficial de preços em 2013 ficaria dentro da banda de tolerância do IPCA, mesmo com um reajuste.  A meta do IPCA é de 4,5 por cento, com tolerância de 2 pontos percentuais.  Com preços defasados, a Petrobras já disse que pediu ao governo um reajuste de combustíveis, algo fundamental para que a estatal faça frente ao seu enorme programa de investimentos, de 236,7 bilhões de dólares em cinco anos.  O Credit Suisse calculou que o preço da gasolina vendida no exterior (referência Golfo do México norte-americano) está 20,5 por cento mais alto do que o produto comercializado pela Petrobras, e no caso do diesel a cotação está 30,3 por cento mais baixa no Brasil em relação ao mercado externo, base 12 de setembro.  O jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem nesta segunda-feira que diz que o reajuste da gasolina deve ser concedido pelo governo até 21 de outubro.  Sem citar fontes, a publicação disse que parte importante da equipe econômica é favorável a um reajuste de cerca de 8 por cento nas refinarias.  O banco ainda ponderou que a magnitude do reajuste vai depender do comportamento da inflação nos próximos meses.  A ação preferencial da Petrobras terminou em alta de 1,7 por cento nesta segunda-feira. Procurada, a estatal afirmou que não comentaria a reportagem sobre o eventual reajuste.
 
Reuters