Itaú e CNI revisam para baixo crescimento do PIB deste ano
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Diante de um cenário de incertezas na economia, duas instituições revisaram para baixo, ontem, as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) em 2013. Antes prevendo PIB de 3,2%, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) agora espera crescimento de apenas 2%. Já o Itaú, em seu relatório sobre o panorama econômico, alterou a projeção de 2,4% para 2,3%, com baixa probabilidade de recuperação no ano que vem: para 2014, a instituição passou a estimar crescimento de 2,2%, contra 2,8% previstos antes.
Para a CNI, há sinais de “deterioração” na economia que ameaçam o crescimento. Após o IBGE divulgar queda de 2% na produção industrial em maio, a confederação informou que espera PIB industrial de apenas 1%, ante 2,6% das estimativas anteriores. A perspectiva para consumo das famílias também foi rebaixada, passando de 3,5% para 2,3%. A entidade aponta, porém, crescimento da formação bruta de capital fixo (indicador de investimentos) de 5,1%, ante projeção anterior de 4%.
“A economia encontra dificuldades para superar o baixo crescimento. Os fundamentos econômicos mostram deterioração: inflação, elevado déficit em conta corrente e piora das contas fiscais”, analisou a CNI no documento.
PROTESTOS TERÃO IMPACTO
O Itaú estima que os protestos que levaram milhões às ruas terão impactos na economia, a curto e médio prazo. O banco também apontou o enfraquecimento do real frente ao dólar como fator preocupante. Segundo o relatório, a moeda brasileira se desvalorizou quase 11% desde meados de maio. No mesmo período, divisas de países como Chile, África do Sul, México e Austrália perderam de 5% a 8%. A instituição calcula que o dólar encerre 2013 cotado a R$ 2,18 (antes, a expectativa era de R$ 2,07). A mesma cotação deve ser mantida em 2014, pelas estimativas do banco. A CNI também prevê o dólar cotado a R$ 2,18 em 2013, porém destaca que o cenário pode ser favorável ao setor, mas os efeitos ainda vão demorar a aparecer, devido à oscilação do câmbio.
Com o real mais fraco, a previsão de a inflação terminar 2013 mais próxima ao teto da meta, de 6,5%, ganhou força. Segundo o Itaú, o índice deve encerrar 2013 em 6,1%, estimativa superior aos 5,8% previstos antes. A CNI também aumentou sua projeção de inflação para 6%, ante estimativa anterior de 5,7%.
O Globo