Maior exportação de petróleo pode afetar reajuste da gasolina
A nova metodologia de reajuste da gasolina e do diesel, nos moldes em discussão pelo governo, deve ficar em vigor até a Petrobras se tornar exportadora líquida de petróleo e seus derivados.
Depois disso, a regra deve sofrer ajustes em seu formato para reduzir o repasse da variação de preços e custos do petróleo no mercado externo aos preços domésticos da gasolina e do diesel.
A proposta é defendida pela equipe econômica no embate entre governo e Petrobras. De um lado, o Ministério da Fazenda de olho na inflação. Do outro, a estatal em busca de caixa para melhorar sua rentabilidade.
Segundo um assessor presidencial, a regra de reajustes dos dois combustíveis tem de valer, no formato que será definido, "até a Petrobras se tornar exportadora". Analistas e técnicos do governo estimam que a estatal vá voltar a ser exportadora líquida -vender mais do que comprar no exterior- entre 2017 e 2020, quando sua produção vai mais que dobrar.
Hoje, diante do aumento do consumo de gasolina, estimulado pelo governo com reduções de IPI na venda de carros, a Petrobras virou importadora do combustível. Até 2010, era exportadora.
Como o preço, atualmente, está mais alto lá fora, a estatal tem prejuízo porque revende o produto a um valor menor. Quando virar exportadora, a situação deve se reverter, com a empresa registrando lucro nos períodos em que a gasolina estiver custando mais no mercado externo.
A disputa interna ainda não tem um vencedor, o que pode ser conhecido no dia 22, quando o conselho de administração tem reunião para debater o assunto. Folha de S. Paulo