Meirelles defende fundo para estabilizar preço dos combustíveis
“Ninguém gosta” de aumento dos combustíveis, reconheceu o ex-ministro da Fazendo e pré-candidato à Presidência, Henrique Meirelles (MDB), em sua passagem por Porto Alegre no último sábado, 16. Por isso, Meirelles defende a criação de um fundo para estabilizar o preço cobrado na bomba sem modificar a atual política de preços da Petrobras. Desde que Michel Temer (MDB) assumiu o governo em 2016 após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), o preço segue a cotação internacional do barril de petróleo em dólar, daí os aumentos recentes.
“Tenho uma proposta de manutenção da política de preços da Petrobras, que é necessária para a saúde da empresa, e, ao mesmo tempo uma proposta para estabilização do preço na bomba sem custos fiscais de longo prazo”, disse a jornalistas antes de participar do 2º Congresso Estadual do MDB Mulher-RS, na capital gaúcha.
Segundo o ex-ministro, a proposta prevê que, quando o preço do petróleo estiver baixo, os impostos aumentem levemente para capitalizar o fundo criado. Quando ocorrer o contrário, ou seja, o preço do petróleo aumentar no mercado internacional, recursos do fundo são usados para equilibrar o preço cobrado do consumidor na bomba.
“É o mesmo conceito dos fundos soberanos daqueles países produtores de petróleo ou commodities importantes, como é o caso do cobre do Chile, ou os fundos soberanos dos países do Golfo, no Oriente Médio. É um conceito que funciona bem, está provado, e funcionaria aqui o mesmo conceito”, defendeu o candidato do governo nas eleições de outubro.
Meirelles, entretanto, não sinalizou que a ideia será levada por Temer neste ano ao Congresso. “É uma proposta importante que certamente deverá ser discutida por nós com o Congresso depois que assumirmos em janeiro”, disse, otimista em relação às urnas, mesmo que as pesquisas eleitorais indiquem que sua candidatura atrai apenas 1% da intenção de votos.
Em Porto Alegre, o ex-ministro também acenou aos eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Muitos que declaram intenção de voto a ele [Lula] têm uma boa recordação do período em que ele foi presidente, que foi o mesmo período que tive a posição de presidente do Banco Central. Portanto, estou muito confiante na evolução desse processo”, disse ao ser questionado por VEJA a respeito da influência de Lula na votação de outubro.
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