Não sei quando, como ou de quanto, diz Mantega sobre reajuste de combustíveis
Não há represamento da tarifa da gasolina e tampouco há um movimento deliberado do governo para segurar preços administrados, afirmou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante reunião conjunta das Comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados. "A gasolina tem sofrido aumento todo ano no Brasil. Não é verdade que os aumentos estão represados", disse. "Quando você tem desvalorização cambial, é mais difícil estar no padrão internacional [de preços do petróleo], mas temos média de dois reajustes por ano na gasolina", argumentou o ministro. "Quando o câmbio se desvaloriza, precisa correr atrás, mas não se deve fazer [reajuste] a cada turbulência", continuou o ministro, para quem esse "alinhamento tem ocorrido com regularidade". Em relação à hipótese de um novo reajuste nos preços de combustíveis, Mantega disse que essa é uma decisão da diretoria da Petrobras e do conselho de administração. "Que vai ter [reajuste] em algum momento, com certeza, mas não sei quando, como ou de quanto". Mantega disse ainda que o governo vem reajustando preços de setores como remédios, loterias e energia, nos quais os reajustes têm chegado a quase 20%. "Onde é que está o represamento de preços?", disse. Questionado sobre a possibilidade de ocorrer um apagão no Brasil, inclusive durante a realização da Copa do Mundo de futebol, Mantega garantiu: "não há falta de energia elétrica. Falta água. O governo fez pesados investimentos em geração de energia. Além de termelétricas temos as hidrelétricas que entrarão em vigor. O problema não é falta de energia, foi aumento de preço". O ministro garantiu também que no "próximo ano a energia ficará mais barata, pois haverá oferta de energia nova". Mantega disse que o aumento nas tarifas, se vier, só chegará ao consumidor "em partes". Ele se mostrou favorável à continuidade da política de desoneração da folha de pagamentos a diversos setores. "Se depender de mim, vamos renovar a desoneração da folha". Como de praxe nas últimas semanas, Mantega reafirmou que o governo alcançará a meta de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) de superávit primário para 2014 e que a intenção, para os próximos anos, é aumentar esse percentual. A expectativa do governo é que a recuperação da economia brasileira seja gradual ao longo dos próximos anos, lembrou o ministro da Fazenda.
Valor Econômico