Óleo diesel: Alta pode ser maior no Estado

A partir da semana que vem o consumidor mato-grossense pagará mais caro para abastecer com diesel. Ontem, (13) a Petrobras anunciou um aumento de 6% no preço do óleo nas refinarias. A estatal estima que a partir de segunda (16), a alta passe a vigorar no país com elevação de 4% no preço final dos combustíveis, podendo superar este índice em Mato Grosso, já que as distribuidoras somam os custos com o frete.

Hoje, o valor médio do combustível no Estado é de R$ 2,29. Caso o aumento repassado ao consumidor pelas distribuidoras seja na ordem de 4%, o litro pode alcançar R$ 2,38. Uma diferença de quase R$ 0,10. Até maio, Mato Grosso consumiu 939,3 milhões de óleo diesel, carro-chefe do setor. De acordo com o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo), Nelson Soares Junior, ainda não é possível estimar a dimensão do aumento no Estado, todavia ele afirma que será maior que 4% e influenciará nos preços dos fretes no Estado.

Conforme o diretor do Sindipetróleo, o aumento será sentido pelo consumidor uma vez que os abastecimentos com o produto são em média de 10 a 20 vezes maiores que outros combustíveis como a gasolina e o etanol. “Nós temos um cenário negativo para o  consumidor, uma vez que quando falamos no universo do diesel qualquer R$ 0,01 é crucial, já que o volume de abastecimento é grande”, explica. Soares explica que o repasse ao consumidor será inevitável.

“Sem dúvidas o consumidor irá pagar mais caro pelo combustível. E esse aumento será maior do que o anunciado pelo governo de apenas 4%, uma vez que esses reajustem englobam muitos outros fatores”, conclui. Conforme nota da Petrobras à imprensa, “o reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional uma perspectiva de médio e longo prazo”. Mesmo a cotação do barril do petróleo registrando queda, a defasagem em relação aos preços internacionais gira em torno de 17% para o diesel e 14% para a gasolina, isto já considerando os aumentos anunciados agora pela estatal.

Amento - A alta anunciada anteontem é a segunda realizada no preço do diesel pela companhia em menos de um mês. E 22 de junho, a estatal aunciou o aumento do preço da gasolina de 7,83% e do diesel de 3,94%, a partir de 25 de junho. Mas ao mesmo tempo, o Ministério da Fazenda, divulgou a isenção na comercialização destes combustíveis da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), o que evitou o repasse ao motorista. 

Reajuste óde chegar aos alimentos

Com o aumento de  6% no diesel anunciado ontem (13) pela Petrobras, o consumidor mato-grossense pagará mais caro por alimentos. Segundo o economista Edisantos Amorim, em função do aumento do diesel,  o frete pode sofrer uma elevação de até 10% no Estado e o que acarretará em preços e produtos mais caros nos supermercados que podem chegar a 40%. Hoje, em função de problemas climáticos o consumidor  já está pagando mais caro pelos alimentos.

Os produtos que mais sofreram aumento são o feijão, o tomate e batata. Segundo Edisantos, a média de aumento para esses produtos é de 30%. Com o aumento no diesel esse percentual pode alcançar 40% nas próximas semanas. “O diesel movimenta a economia. 

Uma aumento nessa ordem com certeza irá impactar os fretes e consequentemente os preços de alimentos nos mercados”. Conforme o economista, nas próximas semanas os consumidores precisaram buscar outras alternativas para consumo, uma vez que o reajuste será sentido no bolso. “As pessoas terão que aprender a aproveitar melhor as ofertas, a buscar outras marcar entre outras atitudes para conseguir driblar essa situação”, explica. 

Outra alternativa, segundo ele, será consumir produtos estaduais, uma vez que custam um pouco mais barato. “Como já existe um diferença de impostos em Mato Grosso em relação a outros estados, uma boa opção é optar por produtos da agricultura familiar estadual, que tendem a ser mais baratos”, pontua. 

Folha do Estado