Óleo diesel é o pior no Estado
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Em 2013 o diesel se tornou o combustível de pior qualidade em Mato Grosso liderando o ranking de inconformidades no Estado, posição antes ocupada pelo etanol desde 2011. De acordo com o boletim que apresenta a Qualidade dos Combustíveis Líquidos Automotivos Brasileiros, divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o percentual de inconformidade foi de 6,7% no último ano. Apenas no último trimestre foram coletadas 481 amostras no Estado, sendo que 20 apresentaram irregularidades, ou seja 4,2% no período. A região da Baixada Cuiabana, incluindo a Capital, foi a que mais apresentou amostras não conformes, somando 7 de um total de 78 coletas (9%). Em seguida aparecem os municípios de Barra do Garças, Canarana e Nova Xavantina que tiveram 37 amostras coletadas e 3 não conformes, totalizando índice de 8,1%. Já Rondonópolis, Primavera do Leste e Jaciara apresentaram 7,3% de não conformidade com 4 amostras reprovadas de 55 coletadas. No ano anterior (2012), o percentual de reprovação foi menor, 6,1%. O etanol que em 2011 atingiu a taxa de 22,6% de inconformidade, baixou para 0,4% no último ano. De outubro a dezembro de 2013 foram 300 amostras coletadas no Estado e apenas duas estavam fora das especificações. As amostras foram coletadas na Baixada Cuiabana e na região de Alta Floresta.
A gasolina também teve variações positivas nos últimos anos. Em 2011, a taxa de inconformidade era de 5,6% no Estado, e 2012 caiu para 4,6%. Fechou 2013 com apenas 1,4%. No último trimestre foram 481 amostras analisadas e 4 estavam irregulares. Novamente a região de Alta Floresta ficou entre os municípios com maior número de amostras não conformes. Entre os tipos de não conformidade, 5 deles não têm condições de ser conferidos nos postos de revendas: corante, enxofre, ponto de fulgor, destilação e teor de biodiesel. Esses itens não podem ser medidos por pessoas que fazem o controle de qualidade nos postos. Para isso é necessário uma análise rebuscada para constatar se há irregularidades. No caso do diesel, o aspecto, ou seja a cor do produto vendido no Estado é o principal responsável pelos altos índices de irregularidade.
O diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo/MT), Nelson Soares Júnior, esclarece que a ANP fiscaliza todos os combustíveis antes de serem comercializados, porém é importante que existam controladores de segurança nos postos para analisarem o que será vendido aos consumidores. “A ANP tem se preocupado em oferecer índices de não conformidade como os de países de 1º mundo. Dessa forma, o sindicato estimula este controle para que o Estado continue apresentando as melhores taxas”.
Atualmente existem em Mato Grosso 1,302 mil postos ativos, segundo a ANP. No último ano 9 receberam autos de infração, sendo que 7 foram devido à reprovação da amostra de óleo diesel. Entre os municípios reprovados estão Sorriso, Nova Marilândia e Cuiabá. As infrações foram de aspecto e ponto de fulgor. De modo geral, o diretor do Sindipetróleo qualifica positivamente o combustível comercializado em Mato Grosso e acredita que este ano os índices continuem positivos.
ACOMPANHAMENTO DA QUALIDADE - O monitoramento de qualidade é realizado em Mato Grosso desde 2005 pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em parceria com a ANP. Um programa seleciona os postos a serem visitados no mês e os dados da coleta são encaminhados ao órgão, que avalia os índices. O coordenador geral da Central Analítica de Combustível, Cardene França Lopes, ressalta que o papel da instituição é monitorar o que é vendido em Mato Grosso, porém, salienta o que foi colocado pelo diretor do Sindipetróleo, “que todos os postos têm condições de fazer uma análise”. “No próprio posto o consumidor pode exigir isso. Os empresários não têm custos elevados para realizar isso já que não são necessários equipamentos caros para analisar as não conformidades possíveis. O restante é feito em laboratório”.
Sobre a nova gasolina que já é comercializada no Estado, Lopes diz que ainda não foi analisada já que é necessário um equipamento que deve chegar à Capital no próximo mês. “Isso não significa que o combustível vendido não tem qualidade, já que a ANP também faz uma fiscalização rigorosa”. Entre os motoristas que utilizam o combustível que mais apresenta irregularidade no Estado há uma certa cautela na hora de abastecer, para evitar danos ao veículo. Vilmar da Silva há 5 anos transporta combustível pelo país e garante que nunca teve problemas ocasionados pelo abastecimento com produto de má qualidade. “Eu nunca passei por isso mas tenho colegas de trabalho que já tiveram grandes prejuízos. Além de sermos prejudicados ainda prejudicamos a empresa já que o caminhão não pode rodar e ficamos sem trabalhar”.
Silva afirma que sempre alerta os companheiros de estrada indicando locais seguros para abastecimento. “A preocupação não é só com Mato Grosso, pois nós que circulamos pelo país temos que ficar atentos às outras regiões também".
A Gazeta - 26/01/14