Palavra do Presidente - julho e agosto

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Paralisação dos caminhoneiros expôs a importância do transporte rodoviário e dos postos

A paralisação dos caminhoneiros em maio expôs problemas de alto impacto na economia, já que o transporte rodoviário responde por 61,1% da carga e por 96% dos passageiros que circulam no país. Evidenciou um Brasil que precisa decidir seus rumos, investimentos e estratégias para melhorar a infraestrutura.

Quando se trata de transporte e logística, faltam políticas sólidas que equalize as necessidades dos caminhoneiros, produtores e importadores e até mesmo do setor de combustíveis. O que vimos foram tapas-buracos com algumas medidas.  Com o aumento no preço do óleo diesel e a relevante diferença de alíquotas entre os Estados, toda a economia sofre os reflexos. Está aí uma situação que trava ainda mais o desempenho de todas as demais áreas da economia.

As empresas são obrigadas a encarar um transporte rodoviário de alto custo operacional, majorado em até 27% em decorrência dos preços do óleo diesel e das más condições das rodovias. As medidas até então tomadas pelo governo e que o setor de revenda de combustíveis foi obrigado a acatar são paliativas.

A redução de R$ 0,46 não chegou aos postos, sendo que as empresas foram extremamente pressionadas a repassar a baixa. Mas vimos a maioria dos consumidores entendendo as reais responsabilidades dos postos. Reconheceram o amargo prejuízo que ficou. Teve este lado positivo! É preciso pensar a longo prazo. Os gestores têm um grande desafio: compatibilizar a necessidade de grandes volumes de investimentos em infraestrutura com as restrições fiscais e a escassez de recursos do Estado.

Com a chegada do período eleitoral, a sociedade deve dedicar especial atenção aos programas de governo apresentados pelos candidatos à presidência da República e ao discurso dos postulantes a uma vaga no Congresso Nacional. Que tenhamos a oportunidade (e já devemos começar a pensar) de escolher pessoas dispostas a atuar em reformas e modernização do Estado brasileiro. Precisamos de projetos mais sustentáveis.

As escolhas feitas nas eleições de outubro definirão se a economia nacional continuará a se desenvolver tão lentamente. Diante de tudo isso, o Sindipetróleo não parou. Mesmo com todas as intempéries, trabalhamos duro para manter o revendedor informado e se precavendo diante de fiscalizações que nos foram impostas. Foram reuniões com o governo do Estado, Procon e Ministério do Trabalho. E continuamos atentos! 

Aldo Locatelli