“Pare no automático” é tema da campanha de conscientização no Rio de Janeiro

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Abastecer o veículo até a boca do tanque, após o travamento da bomba, além do dano ambiental, causa sérios riscos à saúde do frentista e até mesmo do motorista por causa dos vapores exalados pelo benzeno

O deputado estadual Carlos Minc lançou, na manhã desta terça-feira (10/6), uma campanha de responsabilidade compartilhada pela limitação do abastecimento ao travamento automático das bombas, e da exclusão do benzeno na composição das gasolinas.

Com o apoio dos sindicatos dos postos (Sindcomb) e dos frentistas (Sinpospetro/RJ), Minc se comprometeu a realizar uma audiência pública que vai contemplar dois projetos de lei, de sua autoria, que tratam do tema. O primeiro deles (PL 2869/14) dispõe sobre a proibição de abastecimento, pelo frentista, após o dispositivo de segurança da bomba ser acionado. O segundo (PL 2989/14) pede o banimento do benzeno nas gasolinas automotivas.

Teste realizado nesta manhã com equipamento de detecção de gases, durante o abastecimento de um Fiat Punto, apontou que a concentração do benzeno no ar triplica quando o frentista continua a abastecer após o acionamento da trava de segurança. A proporção passou de 2,8ppm (partículas por milhão) de benzeno no ar, para 8,4ppm. De acordo com o médico sanitarista Luiz Roberto Tenório, a exposição ao hidrocarboneto leva à absorção pelo pulmão.

As principais queixas dos trabalhadores são irritabilidade, falta de concentração, dores de cabeça e fraqueza. As consequências vão da redução das defesas do organismo e anemia até a leucemia, o câncer de medula óssea, câncer no fígado e no pulmão, além de atacar o sistema nervoso central. O benzeno é a 5ª substância mais perigosa à saúde humana.

O fim do benzeno da gasolina já é uma realidade em 62 países. Segundo Minc, não há qualquer justificativa científica para a manutenção desta substância no combustível fóssil. O estado de Santa Catarina já possui lei e outros estados, como Goiás, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Paraná têm projetos de lei neste sentido. Para o consumidor, a diferença é inócua se comparadas ao grave perigo à saúde do trabalhador e à sua própria saúde.

- O preço de abastecer mais três ou cinco litros no tanque é a saúde humana. O importante é a mudança do comportamento – exaltou Minc.

O lançamento da campanha foi realizado no posto do diretor de Meio Ambiente da Fecombustíveis e vice-presidente do Sindcomb, João Batista de Moura, no bairro de Botafogo.

Assessoria de Imprensa do Sindicomb/RJ