Petrobras avalia investimento em etanol no semiárido
Técnicos da Petrobras Biocombustível agendaram para esta semana uma visita ao entorno do município de Petrolina, no sertão pernambucano, onde será avaliada a viabilidade de investimento na produção de etanol na região. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, a possibilidade de investimento da estatal está inserida no âmbito do Programa Nacional de Irrigação, que deve ser anunciado neste mês pela presidente Dilma Rousseff.
Mediante aporte direto de R$ 2 bilhões em recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo federal espera atrair parceiros privados dispostos a investir tanto na infraestrutura de irrigação quanto na instalação dos empreendimentos fabris, onde seria processada a produção agrícola oriunda dos cerca de 200 mil hectares a serem irrigados. A expectativa é de que o programa movimente até R$ 10 bilhões.
Uma das prioridades do Ministério da Integração, responsável pela elaboração do programa, é levar para o semiárido o plantio da cana-de-açúcar, mais comum a regiões com alta incidência de chuvas. Dos 200 mil hectares previstos, mais da metade (125 mil) serão direcionados a essa cultura. A região de Petrolina, berço político do ministro Fernando Bezerra Coelho, seria uma das grandes contempladas, até pelo fato de já apresentar experiências importantes na área de fruticultura irrigada.
Na semana passada a região foi visitada pelo australiano David Cox, presidente da Davco, uma das principais produtoras de cana em terras irrigadas daquele país. O empresário retribuiu à visita do ministro Bezerra Coelho, que em agosto esteve na Austrália para conhecer de perto a técnica utilizada pela Davco. De acordo com seus representantes no Brasil, o australiano pretende investir por aqui, porém qualquer decisão neste sentido ainda depende das condições que serão apresentadas no plano federal de irrigação.
Além de Petrobras e Davco, o governo já procurou grupos como Cutrale, Pepsico e JBS para saber de eventuais interesses em investir na região. Banco do Nordeste e BNDES também deverão participar do programa, oferecendo linhas de crédito para os investidores privados.
Valor Econômico - 11/10/2011