Petrobras conversa com governo sobre aumentar preço da gasolina

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O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, confirmou que a estatal continua as conversas com o governo sobre um possível reajuste da gasolina, mas não se mostrou otimista sobre a possibilidade de uma mudança nos preços no curto prazo.

"Conversas não param nunca. Não sei se é possível [elevar os preços]", disse Costa, que participou de almoço no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), no Rio de Janeiro. "O diálogo sempre existiu e vai continuar a existir", acrescentou.

Costa apresentou hoje uma série de dados relativos ao primeiro trimestre para mostrar que o desempenho operacional do setor tem sido satisfatório, com uma melhora frente aos indicadores dos três primeiros meses do ano passado.

O diretor ressaltou o aumento de 114 mil barris diários na média da carga processada no primeiro trimestre, que atingiu 1,852 milhão de barris processados entre janeiro e março, contra 1,738 milhão de barris por dia em igual período do ano passado.

O executivo frisou ainda o aumento de 6,5% na produção de diesel, que passou de 682 mil barris por dia para 727 mil barris por dia, e o aumento da produção de gasolina, que saltou de 353 mil barris diários para 390 mil barris por dia.

Além disso, o diretor comemorou o aumento do fator de utilização das refinarias, que pulou de 86,2% no primeiro trimestre do ano passado para 89,8% em igual período de 2011, com o recorde de 94% alcançado em março.

Questionado sobre a piora do resultado líquido do setor de abastecimento, que passou de um lucro líquido de R$ 1,116 bilhão entre janeiro e março do ano passado para um prejuízo de R$ 95 milhões no primeiro trimestre de 2011, Costa preferiu não confirmar se uma melhora nos números do abastecimento dependeriam de um repasse para o mercado interno da variação dos preços do petróleo no mercado internacional.

"O que posso fazer é o que apresentei, é o que está na minha mão. Não tenho mais nenhum comentário", afirmou o diretor.

Pela manhã, durante coletiva sobre o resultado do primeiro trimestre, o diretor financeiro e de relações com investidores, Almir Barbassa, e o gerente geral de abastecimento, Arlindo Moreira Filho, confirmaram que o resultado negativo do abastecimento no primeiro trimestre foi consequência direta da diferença entre a cotação internacional - que é o valor pago pelo abastecimento pelo óleo extraído pelo setor de exploração e produção (E&P) - e os preços cobrados no mercado interno, que não acompanharam a alta do petróleo.

Costa ressaltou ainda que 82,1% do petróleo refinado no primeiro trimestre nas refinarias da Petrobras foi extraído no Brasil, patamar acima dos 80,4% dos três primeiros meses de 2010.

Ele confirmou que o ano de 2011 deverá ter menos paradas nas refinarias da empresa e afirmou que entre os motivos para a melhora das operações no primeiro trimestre estão o aumento de 33 mil barris por dia na capacidade da Refinaria de Paulínia e na instalação da unidade de coqueamento retardado na Refinaria Henrique Lage, que garante maior produção de diesel e gasolina.

Valor Econômico