Petrobras escoará combustível para Centro-Oeste
A Petrobras pretende usar a Ferrovia Norte-Sul para escoar combustíveis e outros derivados de petróleo da Refinaria do Maranhão para a Região Centro-Oeste. Segundo o diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa, a Petrobras já está negociando com a Vale, operadora da Ferrovia Norte-Sul, que liga o Norte ao Centro-Oeste.
Segundo Costa, a ferrovia é usada para levar grãos e minério até o Porto de Itaqui, no Maranhão. No trajeto de volta, os vagões ficam vazios. A ideia é aproveitar o retorno dos trens para transportar os derivados de petróleo até o Distrito Federal e o estado de Goiás.
“Existe a possibilidade de você usar parte desses mesmos vagões, com tanques modulados colocados em cima deles, como se fossem contêineres, para suprir essa nova fronteira [Centro-Oeste], com produtos de refino. Essa é a maneira que já havíamos pensando para suprir todo o crescimento do Centro-Oeste por meio da Refinaria do Maranhão”, disse o diretor.
Atualmente, o abastecimento da região com combustíveis é feito por meio de um duto que liga Paulínia (SP) a Brasília. No entanto, esse duto já está atingindo seu limite de capacidade. “Nós vamos fazer um aumento da capacidade de bombeamento e vamos conseguir mais 20% de capacidade. Mas não teremos mais como aumentar essa capacidade”, disse Costa.
Segundo o diretor, a outra alternativa para a utilização da ferrovia seria o uso de caminhões. No entanto, essa não é a opção mais viável devido à distância entre a refinaria e os estados da Região Centro-Oeste.
A Refinaria do Maranhão, que deve entrar em operação em 2014, terá capacidade para processar até 600 mil barris de petróleo por dia. Além de suprir o Centro-Oeste, a unidade abastecerá, com combustível e derivados, outros estados da Região Norte, como o Pará e o Amazonas, além do estado vizinho do Piauí.
Já a Refinaria do Ceará, que também iniciará suas operações nos próximos anos, deverá abastecer o Nordeste. Inicialmente, a previsão era que a unidade cearense fosse voltada para a exportação, mas com o aumento da demanda por derivados no país, começou a se imaginar que toda a produção possa ser direcionada ao mercado interno.
No país, até outubro, o consumo de gasolina cresceu 19%, o de querosene, 16% e o de óleo diesel, 10%. “Tudo leva a crer que, nos próximos dez anos, vamos ter um crescimento econômico bastante sustentável. Se esse crescimento for acima de 4,5% ao ano, o consumo de derivados continuar alto, não vai sobrar um litro para exportação”, disse Costa.
DCI/Agência Brasil