Petrobras precisa reajustar preços em mais de 10% para se adequar ao exterior
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A Petrobras (PETR3; PETR4) tem sofrido desde 2010 em meio à grande diferença entre os preços de combustíveis importados e os cobrados no mercado interno, o que vem pressionando o caixa da companhia.
Conforme destaca a Planner Corretora, o diferencial aumentou ainda mais nos últimos meses, chegando a ficar acima dos 40% com a desvalorização do real e a elevação das cotações dos derivados no exterior em função da crise Síria. Além disso, ocorreu uma forte elevação dos níveis de importações de derivados, em função do crescimento do consumo no País, sem que houvesse um aumento coincidente na oferta. E, para deixar de lado essa diferença, seria necessário um aumento nos preços do diesel em 13,8% e da gasolina, em 11,6%.
"Este fato [a diferença de preços interno e externo] está levando à absurda situação de quanto mais o consumo cresce mais a Petrobras perde dinheiro, porque precisa aumentar as importações. Assim, a correção dos preços é fundamental para estancar este prejuízo e elevar a geração de caixa da empresa, em um momento de investimentos elevados", destaca a equipe de análise.
Contudo, destacam, com a valorização do real no último mês e com a perspectiva para que não ocorra ataques à Síria, a diferença de preços caiu consideravelmente, mas ainda segue pressionando o caixa da companhia. Assim, apontam os analistas, a correção de preços é fundamental para estancar este prejuízo e elevar a geração de caixa da empresa, em um momento de investimentos elevados.
Expectativa por reajustes guiam volatilidade da Petro
Em meio às expectativas de que os reajustes deverão acontecer no mais tardar em outubro, com a redução das taxas de inflação e a maior estabilidade da taxa de câmbio, destacam os analistas, as ações registram movimentos de volatilidade.
Os analistas da corretora acreditam que a decisão ocorrerá em algum momento, mas a decisão do governo não é fácil, " já que são práticas totalmente opostas feitas por um mesmo governo, aumentar juros e jogar lenha na inflação com uma elevação de preços dos combustíveis".
A Planner Corretora ainda fez um estudo, destacando as necessidades de aumento dos preços dos combustíveis, tanto da gasolina quanto do diesel. Segundo os analistas, o reajuste necessário do preço do diesel seria de 13,8% e da gasolina, de 11,6%, valores estes abaixo dos rumores de mercado, entre 5% e 10%.
E a perspectiva para o reajuste de combustíveis ganhou forças com a entrevista da presidente da petrolífera para o jornal O Globo do último domingo. Graça Foster confirmou que estão em estudo mudanças na política de reajuste de preços de gasolina.
A ideia seria manter a premissa de não passar a volatilidade de preços internacionais para o mercado interno mas, ao mesmo tempo, tornar mais previsível a recomposição no médio prazo para se chegar à paridade entre a cotação dos preços no mercado interno e externo. Contudo, a presidente não definiu prazo para que a política se torne efetiva.
Na sexta-feira, no entanto, ela destacou que o preço dos combustíveis não irá subir. Enquanto isso, o ministro de minas e energia, Edison Lobão, ressaltou que o governo não tem definido um aumento do preço da gasolina para este ano, mas ressaltou que o assunto está sendo definido pelo conselho de administração da Petrobras.
Portal InfoMoney
30/09/2013