Petróleo fecha misto, entre tensões no Mar Vermelho e temor por demanda fraca
O petróleo fechou sem direção única nesta terça-feira, 16, após uma sessão de volatilidade acentuada e de dólar forte. Investidores ajustam expectativas sobre quão apertado realmente ficará o mercado, ponderando riscos das tensões no Mar Vermelho à oferta e perspectiva de fraqueza da demanda.
Na Nymex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro caiu 0,38% (US$ 0,28), a US$ 72,40 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para março fechou em alta de 0,24% (US$ 0,14), a US$ 78,29 o barril.
A commodity operou em alta durante boa parte da manhã, enquanto os investidores monitoravam as implicações na oferta global dos conflitos crescentes no Oriente Médio.
A Dow Jones Newswire reportou que a Shell suspendeu por tempo indeterminado o transporte de produtos pelo Mar Vermelho, em meio aos ataques dos houthis a embarcações comerciais na região. O assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou que seu país continua a “se reservar o direito de adotar mais ações” contra os rebeldes.
A possibilidade de perturbações na oferta vem sendo um dos riscos mais monitorados desde o estopim da guerra entre Israel e Hamas. Mas o preço do petróleo foi perdendo ímpeto ao longo da sessão.
“Surpreendentemente, a escalada mais recente das tensões no Oriente Médio não provocou um salto nos preços. Achamos que isso se deve ao fato de que, até agora, a produção de petróleo não foi afetada”, comentou a Capital Economics em relatório. “Além disso, suspeitamos que isso também reflete preocupações com uma demanda fraca, forte crescimento de oferta em outros lugares e uma visão do mercado de que um conflito mais amplo é improvável.”
A alta dos juros dos Treasuries e do dólar nesta terça ajudaram a pressionar as cotações, após falas do diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Christopher Waller classificadas como “hawkish” pelo ANZ.
(Estadão Conteúdo)
Autor/Veículo: InfoMoney