Petróleo sobe com queda de estoques nos EUA e possível redução da ExxonMobil
O petróleo fechou em alta nesta quarta-feira, 26, após um pregão volátil. A commodity energética chegou a operar em baixa, impactada pela valorização do dólar, mas reduziu as perdas com uma queda nos estoques em solo americano e firmou ganhos após a informação de que ativistas do clima ganharam assentos no conselho da ExxonMobil. A avaliação no mercado é de que isso pode levar a uma redução da oferta da petroleira, o que beneficia os preços.
A composição final do conselho da ExxonMobil ainda não está clara, mas a empresa informou que uma contagem preliminar dos votos mostrou apoio a dois ativistas do Engine No. 1, um fundo de hedge emergente que possui uma pequena fração das ações da petroleira.
Como os ativistas são críticos da estratégia da Exxon, que é focada em combustíveis fósseis, pode haver mudanças com objetivo de combater os riscos climáticos. Isso, por sua vez, tem potencial de reduzir a produção de petróleo.
Também hoje, um tribunal da Holanda ordenou a petroleira britânica Royal Dutch Shell reduza em 45% suas emissões líquidas de carbono até 2030.
Antes da notícia sobre o conselho da Exxon, o petróleo já havia reduzido perdas com a divulgação dos estoques da commodity energética nos Estados Unidos, que caíram 1,662 milhão na semana passada, de acordo com o Departamento de Energia americano (DoE, na sigla em inglês).
Em relatório, o DoE também avaliou que o agravamento da pandemia de covid-19 na Índia reduzirá a demanda por petróleo no país asiático.
No começo do pregão, a commodity energética foi pressionada pela alta do dólar ante os pares. Quando a moeda americana se valoriza, o petróleo fica mais caro para quem negocia com outras divisas, o que reduz a demanda e, consequentemente, o preço.
As atenções de investidores estiveram voltadas também para a retomada das negociações entre o Irã e potências ocidentais sobre o acordo nuclear de 2015. Hoje, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, afirmou a repórteres que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) vai considerar a possibilidade de a oferta da commodity no Irã retornar ao mercado global.
A Rystad Energy, no entanto, projeta que as sanções ao país persa só serão retiradas no segundo trimestre do ano que vem, se houver um entendimento sobre o acordo nuclear.
“No entanto, as negociações estão progredindo rapidamente e o Irã planeja iniciar as exportações de 1 milhão de bpd de petróleo por meio de seu terminal de Jask a partir de junho”, dizem os analistas da consultoria.