Plano para o álcool terá R$ 4,1 bi da Petrobras e crédito de BNDES e BB
O governo definiu ontem alguns pontos da política permanente para o setor sucroalcooleiro, que terá forte presença estatal, por intermédio da Petrobras e de financiamento de bancos públicos. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou, após reunião interministerial para tratar do tema, que a Petrobras
vai emprestar R$ 4,1 bilhões à sua subsidiária de biocombustíveis para ampliar investimentos e permitir que a estatal aumente de 5% para 12% sua participação no mercado brasileiro de etanol, nos próximos três a quatro anos. Os recursos já estão previstos no plano de investimentos da petrolífera.
Também haverá uma Medida Provisória com benefícios como juros mais baixos e prazos mais longos para crédito a usineiros. O objetivo é elevar a capacidade de produção e de estocagem de álcool. Haverá linhas do BNDES e do Banco do Brasil. A armazenagem será de responsabilidade dos produtores.
Esta é uma das formas de se evitar uma explosão dos preços do álcool combustível durante a entressafra ou toda vez que a cotação do açúcar ficar muito alta, o que reduz a matériaprima disponível para a fabricação de etanol. O governo desistiu temporariamente, porém, de reduzir a mistura de álcool anidro à gasolina, dos atuais 25% para 18%, como antecipou O GLOBO na semana passada.
— O mercado está razoavelmente estável. Não há risco de desabastecimento de etanol nem de gasolina. A situação se estabilizou. Por isso, marcamos uma reunião para daqui a 30 dias — disse Lobão.
A proposta vinha sendo trabalhada nos últimos três meses, após a disparada de preços do etanol, o que também pressionou o preço da gasolina. Outra medida temporariamente fora do cardápio é a taxação da exportação de açúcar.
No encontro, do qual participou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, Lobão minimizou a pressão por aumento da gasolina:
— A Petrobras tem suas necessidades,o que não quer dizer que o governo vai concordar.
O Globo