Postos de ‘bandeira branca’ devem acelerar queda de preço do etanol

em

Os postos de combustíveis de bandeira branca devem acelerar a passagem da queda dos preços do etanol registrados ao produtor para o consumidor final. A afirmação é do diretor técnico da União da Indústria de cana-de-açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues. Geralmente, a transferência da queda de preço ao produtor demora cerca de duas semanas até chegar ao consumidor. Segundo ele, os postos de bandeira branca não possuem capacidade de estocagem e estão vendendo o produto recém comprado, ao contrário do que ocorre com os postos ligados a grupos maiores, que precisam desovar o produto estocado a preços maiores antes de colocar o produto mais barato à venda.

A expectativa é de que os preços do etanol hidratado ao produtor devam terminar a semana em torno de R$ 1,10 o litro, uma queda de 18% ante o valor verificado na última sexta-feira, de R$ 1,3374. Segundo o executivo, ao preço de R$ 1,10 ao produtor, o etanol hidratado chegaria ao consumidor ao preço em torno de R$ 1,75, um preço em que ele já se torna competitivo em relação à gasolina. "Até a metade de maio, o hidratado já deve estar competitivo em relação a gasolina nos postos paulistas", disse ele.

Desde o final de março até o momento, o hidratado ao produtor já recuou cerca de 30% enquanto nos postos o recuo foi de 12,3%, resultado do intervalo existente entre a queda ao produtor e a queda nos postos. "Como já esperávamos, com a entrada da safra 2011/12, a queda nas cotações do etanol é rápida", afirma Alísio Vaz, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom). Segundo ele, no caso do anidro, por exemplo, os preços vieram do pico de R$ 2,72 por litro a atuais R$ 2,00 em duas semanas. O executivo acredita que na próxima semana esta queda do anidro já vai dar estabilidade para os preços da gasolina.

Aumento nas vendas do hidratado

Segundo Vaz, a queda nos preços do hidratado já levou a um aumento do consumo no combustível. "Mesmo com ele ainda não estando competitivo, a queda registrada já fez com que as vendas voltassem", disse. De um piso de 50 milhões de litros registrados na primeira semana de abril, as vendas já se recuperaram 60% para 80 milhões de litros verificadas na semana passada. "Este consumo ainda é metade do registrado em dezembro e janeiro, que foi de 160 milhões de litros por semana, mas já revela um retorno importante do consumidor para o hidratado, principalmente no Estado de São Paulo", disse.

Agência Estado