Preço do álcool vai subir na bomba, diz Diário de SP

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A lei da oferta e da procura é infalível. Os números  da Unica (União da Indústria de Cana de Açúcar), representante dos produtores do Centro-Sul do Brasil (responsáveis por 60% do etanol nacional), não deixam dúvidas: o combustível vai faltar no período da entressafra que vai até abril e o preço vai subir nas bombas.

Não há consenso sobre a alta. “Eu espero que o litro nos postos não chegue aos R$ 2,40 do começo do ano”, afirmou Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes).

A carência de etanol é consequência da crise econômica de 2008. Faltou dinheiro para investimentos na indústria e nos canaviais. Depois veio a seca de 2010, duas geadas em 2011 e um florescimento nas plantações de cana, o que também contribuiu para a diminuir a  produção de álcool.

Carros flex

Outros números divulgados pela Unica dão conta de que houve uma queda de 28,7% na produção de etanol hidratado na safra 2011/2012, na comparação com a anterior. Por outro lado, a entidade registrou um crescimento de 18,15% na produção de etanol anidro.

O hidratado é o álcool combustível. O anidro é aquele misturado à gasolina. Os proprietários de carros flex  têm ajudado a equilibrar a situação. Quando o álcool ultrapassa os 70% do preço da gasolina, é mais vantajoso  consumir o derivado do petróleo. É o que está acontecendo agora.

“A oferta de etanol é inferior à necessidade dos veículos flex. Isso faz a procura por gasolina aumentar”, disse Sérgio Prado, representante da Unica em Ribeirão Preto (SP). Ele não está preocupado. Acha que a importação de 1,4 bilhão de litros de etanol até abril mais o álcool estocado serão suficientes para evitar uma crise. “A não ser que haja um disparo no consumo.”

Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo) mostram um quadro estável. Nas últimas quatro semanas houve oscilação para baixo no preço médio do etanol para o  paulistano. O custo do litro nos postos foi de R$ 1,85 para R$ 1,84.

Já o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), ligado à USP, apontou que o preço do anidro, da usina para a distribuidora, está estável (queda de 0,13%) em São Paulo. Já o hidratado, que proporciona remuneração menor, subiu 1,22% em uma semana.

Para o consultor empresarial José Darciso Rui, a entressafra e a crise vão provocar demissões, principalmente na área de manutenção industrial e automotiva da cana. Segundo Sérgio Prado, o Brasil precisa aplicar R$ 80 bilhões nesta década para dobrar a produção de etanol.

Leia a matéria na íntegra: http://www.diariosp.com.br/noticia/detalhe/2920/Preco+do+alcool+vai+subir+na+bomba