Preço do diesel cai 0,89% em abril após 5 meses de alta

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Biodieselbr
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O preço do diesel baixou nas bombas dos postos do Brasil. Assim, na primeira semana de abril o diesel comum saiu por, em média, R$ 4,449. Por sua vez, o diesel S10 foi vendido a R$ 4.496. Segundo levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), é primeira vez que isso acontece após cinco meses de altas consecutivas.

De acordo com o IPTL, a redução do preço do diesel foi de 0,89% e 0,93%, respectivamente. Ou seja, em relação aos valores médios praticados em março.

Seja como for, os valores apurados pela empresa de gestão diferem dos divulgados pelo governo. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publica levantamento semanal.

Maior que o da ANP

Segundo a ANP, o mais recente foi feio do dia 25 de abril ao dia 1º de maio. De acordo com a agência, nesse período o preço do diesel foi de, em média, R$ 4,196 (comum) e R$ 4,261 (S10).

Ainda assim, essa queda no preço do diesel não compensa a alta dos meses anteriores. Porém, a boa notícia é que interrompe uma sequência de aumentos.

Segundo a Ticket Log, o IPTL é resultado de um levantamento feito em 18 mil postos credenciados. Logo, trata-se de um universo bem maior que o da ANP. A agência apuou o preço do diesel comum em 1.394 postos e o do S10, em 2.652.

Sul teve a maior queda

De acordo com o IPTL, a região do País onde o preço do diesel baixou mais foi a Sul. Ou seja, a queda foi de 1,57% (comum) e 1,58% (S10).

Da mesma forma, na região Sul foram praticados os menores preços. Assim, o litro do combustível foi vendido por, respectivamente, R$ 4,064 e R$ 4,102.

Por outro lado, os valores mais altos estão no Norte do Brasil. Lá, a empresa apurou que o preço do diesel comum era de R$ 4,744 e o do S10, de R$ 4,783. Ou seja, isso representa recuou de 0,02% e 0,21%, respectivamente, em relação aos preços médios praticados em março.

Menor no PR e maior no AC

Por fim, no recorte por Estado o Sul também se destaca. Nas bombas dos postos do Paraná o preço do diesel era de R$ 4,011 (comum) e R$ 4,045 (S10). Em contrapartida, o Estado com o combustível mais caro foi Acre. O preço do diesel comum apurado lá foi de R$ 5,306 (recuo de 0,56%). Já o do S10 foi de R$ 5,290, com alta de 0,21% em relação a março.

Além disso, o maior aumento do diesel comum foi registrado no Pará (1,06%). Ao passo que a maior redução no preço do S10 foi no Maranhão, de 2,36%. Já a maior alta foi no Amapá (0,91%).

Caminhoneiros sofrem com altas

O combustível representa de 40% a 50% dos custos mensais de um caminhão. Logo, as altas no preço do diesel afetam principalmente o caminhoneiro autônomo. Ou seja, aquele que tem menor poder de negociação em relação a preços e prazos de pagamento.

Como o preço do frete se mantém estável, esses profissionais não estão conseguindo repassar o aumento dos custos. Assim, veem a rentabilidade evaporar.

Segundo dados da FreteBras, em fevereiro o preço médio dos fretes oferecidos pela empresa subiram 2%. De acordo com a empresa, a comparação é com os valores de fevereiro de 2020. No entanto, no mesmo período o diesel ficou 6.4% mais caro.

Todos os custos subiram

Em entrevista publicada em março no Estradão, o caminhoneiro autônomo Thiago de Oliveira contou que está tendo dificuldades por causa alta do diesel. Ele é motorista de caminhão há dez anos.

Segundo Oliveira, uma saída é investir em clientes fixos e que pagam melhor. Porém, suas margens lucro continuam muito baixas. “Fica difícil economizar”, diz o profissional.

De acordo com ele, todos os insumos estão muito mais caros. “O preço do pneu, por exemplo, era de R$ 1.300 no ano passado. Agora está em torno dos R$ 2.100”, diz.

Frete defasado e atraso no pagamento

Da mesma forma, as transportadoras viram a receita despencar. Nesse sentido, em 2020 o preço do frete ficou 13,9%, em média, defasado. Segundo dados da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística).

De acordo com a associação, além disso, 70% dos pagamentos dos serviços contratados foram pagos com atraso de 36 dias. Ao mesmo tempo, a alta dos custos de operação ficou acima da inflação oficial.

Ou seja, subiu 9,43% no caso de cargas fracionadas. Já para cargas lotação e fechadas, a alta no período foi de 7,15%.