Proporção muda e 50% dos motoristas optam por gasolina; arrecadação estadual dá um salto de 80%
Preferência do consumidor pelo etanol mudou de 65% para 35% e o óleo diesel continua em expansão
A procura por gasolina tem sido maior nos postos e o consumo de etanol, que ultrapassava o do derivado de petróleo, agora está numa proporção bem reduzida. Nos dois primeiros meses do ano, o consumo do etanol caiu 26%. O volume vendido do derivado da cana ou do milho ficou em 111,1 milhões de litros. O comércio de gasolina chegou a 112 milhões de litros. Em 2021, o volume de etanol foi de 150,1 milhões de litros e o de gasolina ficou em 84,2 milhões de litros.
Com isso, verifica-se uma mudança no comportamento do consumidor: 65% de quem abastecia carro flex, optava por etanol e apenas 35% escolhia a gasolina. O cenário atual mostra essa proporção dividida meio a meio, praticamente.
Os donos de postos avaliam que a mudança na preferência do consumidor não se trata de um comportamento passageiro, já o preço do etanol continua acompanhando as altas na gasolina, reajustes esses que são realizados primeiramente pelas usinas e distribuidoras e, por consequência, são repassadas pelos postos.
Na soma da gasolina e etanol (223 milhões de litros), ocorreu queda no consumo, mas o consumo geral cresce puxado pela comercialização de óleo diesel.
Diesel
O setor percebeu o impacto da redução de apenas 1% no ICMS do diesel e também confirmou uma demanda aquecida no campo e no transporte de cargas. O Estado expandiu a comercialização do diesel, essencial para o agronegócio, e o volume consumido passou de 673 milhões de litros em janeiro e fevereiro. Em 2021, no mesmo período, o total consumido foi de 562,9 milhões de litros. O incremento é de 19,6%. Nesses dados, constam as vendas realizadas à agricultura e que não passam pelos postos revendedores.
Outro dado importante é o crescimento de 34% no consumo do diesel S-10, que contém menos partículas de enxofre comparando com o diesel S-500. Do total de 673 milhões de litros, 396,9 milhões referem-se ao S-10. Isso quer dizer que mais veículos, com a nova tecnologia que exige combustível menos poluente, estão nas ruas.
Arrecadação Estadual
Cresce o consumo e expande a arrecadação estadual. Aliás, houve um salto de 79,4%, pois passou de R$ 490,2 milhões para R$ 879 milhões. “Mesmo o Estado diminuindo a alíquota, a arrecadação cresceu. Esse é só mais um indício de que a cobrança tributária está em desequilíbrio e quem está sendo penalizado é o consumidor. Não é justo que os impostos cresçam seguindo as oscilações dos combustíveis no mercado internacional. O sinal está claro: é preciso rever as alíquotas e a forma de cobrança”, explica Nelson Soares, diretor-executivo.
No momento, os preços que servem de base para cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estão congelados até junho. Contudo, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei Complementar 192/22, que prevê a incidência por uma única vez do (ICMS) sobre os combustíveis. A partir de 1º de julho, entrará em vigor a alíquota única a ser estabelecida para tipo de combustível, que valerá em todo o país. Ainda há uma discussão sobre quanto será a alíquota.
Simone Alves
Assessoria de Imprensa
Sindipetróleo