Prudência e caldo de galinha no trânsito

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Considerando os dados do DETRAN-MT, até setembro passado, somente a frota de automóveis, caminhonetes e motos emplacados em Cuiabá e Várzea Grande totalizava 398.349 veículos.  A estimativa do IBGE informa que em 2013 os dois municípios somam 832.710 habitantes, logo, temos 2 habitantes por veículo, média de primeiro mundo e que corrobora com o estudo divulgado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), segundo o qual, metade dos brasileiros adultos já utiliza transporte privado para se locomover, incluindo motocicletas.

Porém, muito longe de usufruirmos da trafegabilidade do primeiro mundo, passamos por um momento ímpar de obras e intervenções que fazem com que pedestres e condutores experimentem os limites da paciência.

Atrasos, aumento de custos, tempo ocioso, queda de produtividade, avarias e acidentes se tornaram parte da nossa rotina e, surpreendentemente, num raro exemplo de tolerância a gente vai levando mansa e pacificamente. Que bom! Somos todos otimistas por natureza.

Como é por uma boa causa - pois o legado nos espera - proponho algumas sugestões para você refletir e que podem minimizar o transtorno no ir e vir, melhorando nossa convivência nas ruas e avenidas, agora, e também quando tudo estiver pronto.  

  1. Em um cruzamento com filas, sem apoio de semáforos, ceda a vez para um veículo atravessar ou entrar na sua frente, seu atraso no destino final será de alguns segundos, porém, para quem estava na fila a sua benevolência será contabilizada nos mais altos graus da solidariedade e o seu exemplo certamente estará ajudando a criar um novo tipo de comportamento.
  2. Numa fila, procure deixar espaço entre o seu veículo e o meio fio, ou outro veículo à esquerda. Todo mundo sabe que é proibido as motos trafegarem entre dois carros e todo mundo sabe que os motociclistas jamais deixarão de fazê-lo, então...
  3. Esforce-se para sempre utilizar as setas indicadoras de direção. Esta sinalização é importante para o pedestre se posicionar e para as ações de quem está circulando ao seu redor. É só criar o hábito, experimente.
  4. Dirija tentando olhar o mais a frente possível. Você poderá ver, por exemplo, que o semáforo acabou de fechar e que sua velocidade já pode começar a diminuir. Ao longo do tempo isto lhe trará uma importante economia de combustível e evitará maiores gastos com a manutenção do sistema de freios. Ao enxergar mais a frente fica mais fácil detectar pedestres e suas intenções o que certamente lhe ajudará em conduzir seu veículo de forma mais segura evitando freadas bruscas e até acidentes.
  5. Especialmente aos motociclistas: prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, pratique a primeira para não ter que tomar a segunda num hospital.

É certo que se nos colocarmos no lugar do outro e agirmos como gostaríamos que agissem conosco seria a melhor forma de melhorarmos o trânsito e a vida, mas, como ainda não chegamos a esse requinte de convivência, pense nas dicas acima e tente praticá-las, até porque, não custam nada. 

Nelson Soares Junior é diretor-executivo do Sindipetróleo