Reajuste: Etanol é vendido por R$ 1,97
Motoristas que foram abastecer os veículos em Cuiabá nesta terça-feira (4) pagaram mais caro pelo produto, que chegou a R$ 1,97 em alguns postos. O reajuste era previsto devido ao aumento no preço do combustível nas usinas e à escassez motivada pela entressafra, iniciada em novembro de 2010. De acordo com as distribuidoras, os postos estavam segurando o reajuste há cerca de 30 dias, quando os preços começaram a subir.
Com o preço a R$ 1,97, o etanol deixa de ser vantajoso na hora de abastecer porque passa a representar 71% do valor da gasolina, cotado a R$ 2,77 (em média). O técnico em contabilidade Valdoberto Soares Santana diz que há mais ou menos um mês tem abastecido com gasolina porque percebeu um melhor rendimento no carro. "Estou colocando só gasolina desde que o etanol passou a ser reajustado", afirma ao comentar que por semana seus gastos com combustível chegam a R$ 120 e as altas acabam pesando no orçamento familiar.
Os outros dois combustíveis mais utilizados, diesel e gasolina, também estão na iminência de serem reajustados. De acordo com o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo) o biodiesel, que compõe 5% do óleo diesel, sofreu reajuste de 25% e pode impactar de 4 a 5 centavos no preço final. Com relação à gasolina, o presidente do sindicato, Aldo Locatelli, diz que o aumento poderá ocorrer em consequência do maior preço do álcool anidro, que é adicionado ao derivado de petróleo.
O diretor do Sindicato dos Produtores de Biodiesel de Mato Grosso (Sindibio), Rodrigo Prosdócimo, rebate que o acréscimo no óleo diesel seja reflexo da valorização conquistada no último leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP). "O que houve foi uma retomada de preço com relação ao último leilão promovido. Voltamos ao patamar que alcançamos na penúltima comercialização. Não há motivos para o reajuste". Segundo o representante do produtores, os proprietários de postos e distribuidoras querem justificar o valor com o biodiesel.
O último levantamento de preços do ANP aponta uma redução nos valores, de R$ 2,212 para R$ 2,206 na comparação entre as últimas semanas (de 5 a 12 de dezembro ,e de 26 de dezembro e 1º de janeiro).
O presidente do Sindipetroleo diz que é um absurdo o reajuste feito pela Petrobras e que o que pode parecer irrisório, como 4 centavos, significam milhões no somatório das vendas. Com relação ao anidro, que elevou o preço por causa da falta de produto nas usinas, Aldo Locatelli afirma que uma solução seria a importação de outros Estados, mas que os impostos viabilizam a compra. (A Gazeta)