Rede de receptadores é investigada

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Proprietários de dois postos de combustíveis da Grande Cuiabá poderão ser indiciados por receptação, acusados de comprar uma carga de gasolina roubada no início do mês. Como as investigações estão no início, a Polícia Civil não descarta a hipótese de mais proprietários de postos estarem envolvido na compra irregular de combustível.

Segundo o chefe de operações da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (DERRFVA), policial civil Luciano Testa, as investigações ainda estão no início, mas é possível que a rede de receptadores seja maior do que a identificada inicialmente. “Vamos trabalhar com várias provas técnicas neste caso. Uma delas é descobrir o trajeto da carreta, desde o roubo até onde foi abandonada”, adiantou.

O presidente do Sindipetróleo de Mato Grosso, Aldo Locatelli, defende que os postos que sejam flagrados com combustível roubado devem perder a inscrição estadual. “Esta seria uma forma de desonestos deixarem o mercado e não mais sonegarem impostos. O posto que atua honestamente não compra combustível sem nota. Então, obviamente, o produto está indo para postos desonestos”, assegurou.

Até agora, a Polícia só identificou um dos dois postos. Trata-se do Petrojóia, localizado na Rodovia Mário Andreazza, na entrada do Bairro São Mateus, em Várzea Grande onde teriam sido despejados cerca de 8.500 litros roubados.

Naquele mesmo dia, o gerente do posto, Sidnei Dias de Arruda, foi levado até a Central de Flagrantes de Várzea Grande e confirmou o recebimento, mas não sabia que se tratava de produto roubado. Os PMs explicaram que receberam uma denúncia de que a carreta abasteceu um dos tanques que, por volta das 22 horas, tinham 1.200 litros conforme ficha de controle. Ao amanhecer, a ficha constava 9.700. O tanque, então, foi lacrado.

Segundo o gerente, a carreta descarregou o combustível e o motorista disse que iria entregar o restante em Rosário Oeste (a 130 quilômetros da Capital). A carreta foi localizada, no início da madrugada, abandonada naquela cidade.

Os policiais acrescentaram que, pelo sistema de monitoramento da empresa responsável pelo rastreamento, a carreta parou inicialmente, após o roubo, no pátio de um posto localizado na Rodovia dos Imigrantes, a cerca de um quilômetro da empresa Sperafico. Os PMs, no entanto, não forneceram o nome do posto no qual a carreta ficou tempo suficiente para despejar mais de 10 mil litros.

O segundo vice-presidente do Sindipetróleo, João Marcelo Borges, defende a divulgação dos nomes dos postos investigados. "Esses postos precisam responder aos questionamentos feitos pela polícia. Postos que não estão sob qualquer suspeita e que são a maioria não podem ser prejudicados com a desconfiança do consumidor", afirmou Borges, proprietário do Posto Mário Andreazza, na entrada do bairro Nova Ipê, em Várzea Grande.
 

Diário de Cuiabá - 20/11/2011