Redução sobre os preços do etanol se dá de forma lenta
Em vigor há dez dias, o novo Preço Médio a Consumidor Final (PMPF) está longe de agradar ao consumidor. Desde que a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz/MT) revisou o preço de pauta – responsável pela pesquisa de preços no Estado e pela qual se extrai um valor médio, o PMPF, ou preço de pauta – se criou a expectativa de redução breve dos preços na bomba, principalmente para o óleo diesel e o etanol hidratado. Mas o mercado não seguiu a mesma velocidade observada quando o PMPF aumentou o valor de bomba em questão de dias. A redução ao etanol se mostra a passos lentos.
Em relação ao derivado da cana-de-açúcar, o que se vê na maioria dos postos de Cuiabá e Várzea Grande, é o ‘valor antigo’, cerca de R$ 2,09, preço reajustado em função do PMPF de 16 de outubro que majorou o combustível. O valor de pauta – fruto da pesquisa de mercado - serve de referência para a aplicação da alíquota do ICMS sobre os combustíveis. O valor médio do etanol e da gasolina, por exemplo, recebem a alíquota de 25% e isso gera o ICMS a pagar e no caso do diesel o percentual é de 17%.
Uma sondagem realizada pelo Diário na manhã de ontem, nas principais vias do Centro da Capital, encontrou em apenas um posto (bandeira branca) o etanol hidratado a R$ 2,04, na rua Miranda Reis. Á tarde, alguns postos em Cuiabá e Várzea Grande exibiam o litro a R$ 2,07. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo) com a revisão da pauta dos combustíveis a expectativa é de redução de cerca de R$ 0,04 no litro do produto. Para o diesel o recuo esperado é de cerca de R$ 0,03.
O presidente da entidade, Aldo Locatelli, frisa que sem o repasse da redução de preços promovida pelo novo PMPF pelas distribuidoras, não há como haver queda na bomba. “No caso do etanol, a minoria dos postos reduziu. Já para o óleo diesel que chegou ao teto de R$ 2,35, o litro dentro da cidade é encontrado entre R$ 2,19 a R$ 2,25. Na rodovia a redução é ainda mais significativa, chegando a R$ 2,12. A redução cabe às distribuidoras”.
Mas o esperado recuo sobre o preço do etanol, e a consequente ampliação da vantagem em relação à gasolina – atualmente, quase inexistente já que o valor do primeiro ultrapassa 69% do segundo, para um teto de até 70% - está longe de existir. O segmento revendedor conta que algumas distribuidoras receberam das usinas de etanol o litro com novo valor. O percentual, no entanto, não foi revelado. Como o rendimento por quilômetro rodado é menor nos motores movidos a etanol, é necessário que o valor dele não ultrapasse 70% do valor da gasolina para que haja vantagem para quem optar pelo primeiro.
Questionado, o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool) explica que não tem como confirmar as altas, e se houve, quais os percentuais. “Não fazemos pesquisa de preços. Em caso de alta nas usinas, cada uma é livre para compor sua planilha de custos que é baseada em seu tamanho, localização e outros fatores individuais”, defende o diretor executivo Jorge dos Santos. Ele completa dizendo que a reação lógica de qualquer segmento que recebe uma carga tributária maior é repassar a alta “e no caso contrário, vale a mesma coisa”.
PMPF - Após reivindicação de diversos setores como do agronegócio e do transporte de cargas, juntamente com o Sindipetróleo, à Sefaz/MT, o Estado reviu a pesquisa anterior que majorou os preços dos combustíveis a partir de 16 de outubro. O ato vigente é o de número 20, cujos dados foram publicados no Diário Oficial da União em 27 de outubro. Ele traz as seguintes mudanças: o PMPF do óleo diesel agora é de R$ 2,3089, ante o valor de R$ 2,4941, por litro, que vigorava após a alta do dia 16. O PMPF do etanol que estava em R$ 2,3016 agora é de R$ 2,1028. Já o PMPF da gasolina, reajustado para cima, era de R$ 2,9952, passando para 3,011. O presidente do Sindipetróleo avalia que, no caso deste produto derivado de petróleo, “a alteração pouco ou nada deve interferir nos preços atuais, pois subiu apenas um centavo”, explica Locatelli.
Para o Gás Natural Veicular e para o Gás Liquefeito de Petróleo (Gás de cozinha), os preços de pauta são: R$ 1,7652 (m³) e R$ 3,8405 (Kg), respectivamente. Para estes dois últimos produtos, os preços não devem se alterar para o consumidor, pois se aproximam da realidade do mercado.
Diário de Cuiabá