Regra fiscal e reforma nos impostos serão prioridade, diz Haddad
Reformas fiscal e tributária e retomada de acordos internacionais, em especial com a União Europeia, foram prioridades citadas por Fernando Haddad após ter sido confirmado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Ministério da Fazenda do novo governo. Haddad terá de superar a desconfiança do mercado. “Gastador? Eu fui o primeiro prefeito a conseguir grau de investimento no País”, rebateu. Ele afirmou que o arcabouço fiscal que substituirá o teto de gastos será anunciado em 2023.
Indicação mais aguardada antes mesmo do resultado das urnas, o comando do novo Ministério da Fazenda do próximo governo, a partir de 1.º de janeiro, será de Fernando Haddad, uma das principais lideranças do PT e candidato natural à sucessão de Lula nas eleições de 2026. Ele afirmou que as prioridades da pasta no primeiro ano de mandato serão uma nova regra fiscal, a reforma tributária e a retomada de acordos internacionais.
“O importante é a gente ter uma agenda para 2023 forte: recuperar os acordos internacionais que estão parados, sobretudo União Europeia, o novo arcabouço fiscal e a questão da reforma tributária como grandes movimentos nossos”, disse em rápida entrevista instantes após ter sido nomeado.
Ex-ministro da Educação (2005-2012) e ex-prefeito de São Paulo (2013-2016), Haddad vai assumir a Fazenda com o desafio de afastar a desconfiança do mercado, que reagiu mal quando seu nome despontou como favorito, diante de preocupações com o rumo das contas públicas. Questionado sobre o temor de que ele tenha um perfil “gastador”, ele rebateu: “Gastador? Eu fui o primeiro prefeito a conseguir grau de investimento no País. Se você não olhar para a trajetória da pessoa, vai cair em fake news.”
O futuro ministro disse que o novo arcabouço fiscal para substituir o teto de gastos, regra que limita as despesas do governo à variação da inflação, será anunciado no ano que vem. “Pretendo receber propostas, claro, e não só da transição. Vou ouvir técnicos do Tesouro, a academia, os economistas em quem confio”, disse.
Comumente chamado de “o mais tucano dos petistas”, ele afirmou que vai “reativar contatos” para ajudar na tramitação da PEC da Transição, que prevê gastos extras para acomodar as promessas de Lula.
Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo